Quatro pessoas foram presas em flagrante nesta quarta-feira (22) no Rio de Janeiro por vender pacotes de carne bovina, suína e de aves estragadas que ficaram submersos por vários dias nas enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, em 2024. O crime está sendo investigado pela Operação Carne Fraca e entre os presos está Almir Jorge Luís da Silva, dono da empresa Tem Di Tudo Salvados, do município Três Rios, no Sul Fluminense.
De acordo com a Delegacia do Consumidor (Decon-RJ), a empresa havia comprado 800 toneladas de proteína deteriorada de um frigorífico de Porto Alegre com a justificativa de que as peças seriam usadas para a produção de ração animal. No entanto, os pacotes de carne foram revendidos para açougues e mercados de todo o país como alimento para consumo humano.
“Temos informações de que a carne foi maquiada para esconder a deterioração provocada pela lama e pela água que ficaram acumuladas lá no frigorífico da capital gaúcha”, explicou o delegado Wellington Vieira em comunicado à imprensa.
Infelizmente, a venda de carne imprópria para o consumo não é uma novidade no Brasil. Por isso, é sempre bom ficar atento ao estado da carne antes de levá-la para casa. Para te ajudar a não cair nesse tipo de golpe, nós separamos algumas dicas para identificar quando uma peça de carne está estragada ou em processo de deterioração e como conservar o alimento em casa. Confira
Como saber se a carne do mercado está estragada?
Identificar se a carne está estragada é essencial para evitar problemas de saúde. Aqui estão alguns sinais para saber se o alimento está improprio para o consumo:
1. Aparência
A forma mais simples de identificar se uma peça de carne está estragada é observar a sua coloração. Carne fresca bovina costuma ser vermelho-vivo, carne suína é rosada, e carne de frango é rosada ou branca. Se ela estiver acinzentada, esverdeada ou com manchas escuras, é sinal de que aquele alimento está impróprio para o consumo.
2. Cheiro
Outro importante indicativo de frescor da carne é o seu cheiro. Carne estragada geralmente tem cheiro de azedo e podre. Já a carne fresca tem um cheiro suave ou quase inexistente.
3. Embalagem
No caso das carnes embaladas a vácuo, observe se a embalagem está bem vedada e sem ar na parte de dentro. O ideal é que o alimento fique em contato direto com a superfície interna do saco. Agora, se a embalagem estiver inflada, é um sinal de presença de gases produzidos por bactérias e aquela peça, provavelmente, está em processo de deterioração. O mesmo vale para carnes com excesso de líquido dentro da embalagem.
Não se esqueça de verificar a data de validade e se aquele produto é registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária e fabricado por empresas fiscalizadas pela instituição.
4. Textura
Por fim, preste bem atenção na textura da carne. Se ao tocar a peça você perceber que ela está escorregadia ou com uma camada de muco, é sinal de deterioração.
Se você só perceber que a carne está estragada só em casa, entre em contato com o estabelecimento que o vendeu e solicite a troca ou a devolução do dinheiro pago. Se a carne não apresentar todos os sinais acima, mas liberar um cheiro forte e tiver um sabor desagradável após o cozimento, descarte imediatamente.
Como evitar que a carne estrague depois da compra?
Para conservar a carne e evitar que ela estrague é imprescindível armazená-la no congelador em uma temperatura entre 0°C e - 4°C por, no máximo, 10 dias. Guarde a carne em recipientes fechados ou envolvida com plástico filme/alumínio para evitar contato com ar.
Outro cuidado essencial para manter a qualidade da carne é sempre realizar o descongelamento dentro geladeira Nunca retire a carne do congelador direto para a temperatura ambiente, pois essa mudança brusca de temperatura pode causar contaminação do alimento por bactérias e ainda causar danos às suas fibras.
Não se esqueça que a carne descongelada deve ser consumida no mesmo dia e nunca recongelada. No congelador, armazene a carne separada de outros alimentos, especialmente crus, para evitar contaminação cruzada.