'Ela mora logo ali' ganha grande repercussão no Brasil e chama atenção dos críticos
Foto: Divulgação
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O curta metragem que foi desenvolvido com recursos da 2° Edição Lei Aldir Blanc – através da SEJUCEL – RO, vem ganhando vários espaços no setor do audiovisual. O curta já foi premiado em categorias em vários festivais brasileiros, tais como: Selecionado entre os 10 + favoritos no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, ao qual tinha mais de 800 curtas, Recifest – Festival de Diversidade Sexual e de Gênero de Recife – com premiação nas categorias de melhor filme pelo júri oficial, melhor filme de escolha pelo público, melhor atriz e troféu de direitos humanos e no 8° Festival de Campos do Jordão ao qual ganhou melhor curta da ficção.
Críticos do audiovisual tem explanando suas opiniões sobre o curta, que é totalmente rondoniense.
A experiência de assistir a uma obra impacta cada um de nós de maneira diferente e peculiar. Nossas vivências e histórias pessoais são, geralmente, o filtro pelo qual interpretamos tudo o que assistimos. No texto a seguir, temos uma crítica/narrativa sobre “Ela mora logo ali” que gostaríamos de dividir com vocês. É um texto de André Matias que tocou todos nós, participantes desse lindo projeto.
Um amor improvável. E não falo de Dulcinéia. (Por André Matias – Publicitário capixaba)
Não foi preciso cavalgar nos galopes do Rocinante para sentir o frio na barriga gostoso que “Ela mora logo ali” traz ao expectador.
A narrativa doce e profunda nos apresenta Dona Nininha que, nas suas batalhas diárias, enfrenta inimigos nada imaginários e bem mais poderosos que moinhos de vento.
O roteiro leve e despretensioso (e leia despretensioso como um elogio!) conduz o expectador por uma jornada. Aqui, nossa heroína é fisgada pelo fidalgo de La Mancha e numa batalha épica para conhecer o final dessa história, podemos, privilegiados, conhecer um pouco do seu mundo, suas dores e alegrias.
O curta consegue unir, tal qual Sancho e Quixote, beleza e aridez. Sutileza e força. Angústia e esperança.
A janela para o imponente Madeira, onde o diretor “brinca”, no melhor sentido da palavra, com sua audiência nos apresentando um mundo onde ela pode fluir livremente: seria o Madeira a literatura? Seria o rio o simbolismo da liberdade que saber ler - algo simples para todos nós (e negado a Dona Nininha) nos traz? Uma obra é tão boa quanto nos faz (re)pensar nossas pequenas verdades absolutas.
Dona Nininha não é vítima. Ela não aceita essa marca. Mas nós, privilegiados expectadores daquela vida, sabemos o tamanho do fardo carregado. O quanto já lhe foi negado e a todo o povo o qual ela representa.
O amor improvável, aos nossos olhos, de uma mulher simples e humilde com a literatura chama a atenção para nosso preconceito diário. Nossos pequenos deslizes. Tamanha nossa arrogância, temos dificuldade em entender o óbvio: grandes histórias são universais! A literatura de Cervantes é tão poderosa que atrai uma vendedora ambulante analfabeta. Será mesmo que isso deveria nos causar estranheza?
Uma das maiores obras literárias da humanidade é pano de fundo para uma história bonita, que acalenta, mas não se furta de escancarar diante dos nossos olhos e quão longe estamos de oferecer o mínimo.
Monteiro Lobato disse certa vez que “uma nação se faz com homens e livros”. Eu ouso ir além. Uma nação se faz com homens e livros, sim. Mas é preciso que façamos, cada um de nós, com que, livremente, esses dois se encontrem.
Obrigado, Dona Nininha. A senhora encheu de esperança quem estava do lado de cá da tela.
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