O primeiro passo foi tentar descobrir onde os prints circularam primeiro, e a polícia encontrou um grupo registrado como “IPVA 1%”.
Foto: Divulgação
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Um inquérito coordenado pelo delegado da Marcelo Cozac Bomfim, da Polícia Civil do estado de Rondônia, trouxe à tona as primeiras informações sobre o que de fato teria ocorrido no caso envolvendo supostas conversas no WhatsApp onde o chefe da Casa Civil de Rondônia, Júnior Gonçalves, teria proferidos ofensas contra deputados estaduais.
Os prints dessas conversas passaram a circular pelas redes sociais no dia 01 de agosto de 2019, Gonçalves de imediato alegou ter sido vítima de uma ação criminosa, onde montagens teriam sido realizadas e espalhadas no intento de desestabilizar o governo.
Segundo o inquérito policial, que já está sob poder do Ministério Público do Estado de Rondônia, a versão de Gonçalves é verdadeira, uma vez que após meses de intensas investigações as autoridades policiais chegaram a três nomes que foram indiciados pelo crime de calúnia, difamação, agravados com o fato da vítima ser um agente público.
De acordo com Inquérito Policial 033.2019, os indiciados são os advogados Lauro Fernandes da Silva Júnior, Luiz Felipe da Silva Andrade e Ulisses Vicente de Oliveira Neto. Os dois primeiros nomes fizeram parte da equipe de transição do governo, sendo que Luiz Felipe ocupou o cargo de adjunto da Casa Civil e também era sócio do escritório de advocacia CGS (Campanari, Gerhardt e Silva Andrade. Na época dos ‘prints’, Luiz Felipe era Coordenador da Secretaria Executiva.
O primeiro passo foi tentar descobrir onde os prints circularam primeiro, e a polícia encontrou um grupo registrado como “IPVA 1%”. O número 69 9907 6768, que havia ingressado no grupo através de um link de convite foi o autor da postagem.
A Polícia chegou até ele, a partir da quebra de sigilo do número 9907-6768 que havia postado os ‘prints’ no grupo. Quando foi ouvido pelos agentes, Felipe chegou a afirmar que seu telefone “havia sido clonado”, mas os investigadores, em contato com a operadora de telefonia, souberam que isso não aconteceu.
Também a partir da quebra de sigilo, a polícia descobriu uma série de nove ligações, feitas no mesmo dia, de Ulisses para o advogado Lauro. Os prints falsos foram produzidos para desestabilizar Júnior Gonçalves no cargo, e quem sabe garantir a nomeação de alguém ligado a eles no governo.
A polícia mostrou que, na mesma época circulou na imprensa a informação que Antônio Campanari, ex-diretor comercial da TV Rondônia, e pai de Richard Campanari, sócio de Luiz Felipe, “era um dos nomes cogitados para assumir a Casa Civil”.
O outro lado
A reportagem entrou em contato com o advogado Luiz Felipe da Silva Andrade, que refutou todas as acusações, afirmando que o inquérito está repleto de vícios e falhas que serão contestadas no momento certo, após a aceitação ou não pelo MP/RO.
O advogado considerou alegações que teria praticado o suposto crime com intenções politicas como “esdruxula”, já que de acordo com ele, na época em que tudo ocorreu ele estava dentro do primeiro escalão.
“Qualquer pessoa que tiver acesso à esse inquérito verá que as informações estão deturpadas”, afirmou Luiz Felipe.
O Rondoniaovivo não conseguiu contato com os outros citados, que tem espaço garantido para apresentarem suas versões do caso.
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