EMPRESAS INVESTIGADAS NA LAVA-JATO FINANCIARAM CAMPANHAS DE FÁTIMA CLEIDE E ROBERTO SOBRINHO

Constutora Barbosa Mello S/A doou R$ 300 mil para Fátima em 2012 e ENPA Engenharia R$ 361 mil para Roberto em 2008

EMPRESAS INVESTIGADAS NA LAVA-JATO FINANCIARAM CAMPANHAS DE FÁTIMA CLEIDE E ROBERTO SOBRINHO

Foto: Divulgação

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Conforme aprofundam as investigações da Operação Lava-Jato da Polícia Federal começam a surgir a participação de empresas nos financiamentos de campanhas em todo o país.

Em Rondônia, os principais candidatos petistas foram favorecidos com doações nos anos de 2004, 2008, 2010 e 2012. De acordo com o site Às Claras, que mostra quem foram os doares de campanha de todo o país, o Partido dos Trabalhadores em Rondônia vem sendo favorecido com doações de empreiteiras que agora aparecem em um gigantesco esquema de corrupção, desde 2004.

As investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, apontam que essas empresas pagavam propinas em troca de contratos com o poder público e financiavam campanhas políticas. Algumas doações eram feitas para o diretório nacional do partido que por sua vez distribuía aos estados, outras eram feitas diretamente aos candidatos. Em 2004, o então candidato a prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho recebeu da então desconhecida Constutora Barbosa Mello S/A a quantia de R$ 40 mil, que em valores atualizados representa R$ 68 mil.

A Barbosa Mello apareceu recentemente no esquema de propinoduto da Petrobrás. Segundo a Revista Época, funcionava da seguinte forma, “a propina não era recebida diretamente, mas mediante empresas interpostas”, escrevem eles. “Identificaram-se outras empresas e pessoa física, contras as quais há indícios de que participaram do esquema de desvio e lavagem de bens oriundos da Petrobras e de outros bens públicos.” A pessoa física chama-se Marcelo Barboza. Amigo e, segundo o MPF, laranja de Paulo Roberto, Barboza é sócio de três empresas de consultoria que receberam dinheiro das empreiteiras. Numa delas, divide o comando com Humberto Mesquita, um dos genros de Paulo Roberto. Mesquita ajudava na contabilidade e na distribuição do dinheiro recebido das fornecedoras da Petrobras. Barboza era aliado de Mesquita. Suas empresas representam um novo núcleo de investigação das ramificações financeiras do esquema de Paulo Roberto na Petrobras. Entre 2010 e 2013, Barboza obteve “espantoso crescimento patrimonial”, dizem os procuradores. Em 2012, após receber milhões das empreiteiras, “doou” R$ 1 milhão a Mesquita. Também “emprestou” R$ 1,9 milhão a Paulo

Roberto, segundo a investigação. Uma análise dos auditores da Receita deixa evidente o caminho do dinheiro. Ele saía das empreiteiras que fechavam contrato com a Petrobras, era repassado às empresas de consultoria de Barboza e, em seguida, encaminhado a Paulo Roberto. É o mesmo expediente usado nos demais núcleos da organização criminosa. Um deles era controlado pelo doleiro Youssef; o outro, por familiares de Paulo Roberto. “Suspeita-se que tais supostos negócios jurídicos de ‘empréstimo’ e ‘doação’, de todo não usuais, serviram na verdade para justificar a transferência de valores recebidos pelas pessoas jurídicas de Marcelo Barboza Daniel de construtoras e empresas do setor petroquímico, valores que consistiriam no pagamento de propina para Paulo Roberto Costa na facilitação ou condição para a realização de contratos com a Petrobras.”

As quatro empreiteiras que ainda não haviam sido envolvidas no esquema são a Tomé Engenharia, a Barbosa Mello, a Construtami e o Consórcio Confidere-Racional. O dinheiro era pago às empresas de Barboza. Uma delas, a BAS Consultoria, teve como única fonte de renda, em 2011 e 2012, os pagamentos da empreiteira Alusa. Foram R$ 5,7 milhões. Em 2013, quando Paulo Roberto já não estava mais no cargo, a empresa de Barboza nada recebeu. A Alusa, ao lado de empresas parceiras, vencera duas licitações grandiosas na área de Paulo Roberto. Uma, de R$ 671,7 milhões, na refinaria de Abreu e Lima, em 2010. Outra, no valor de R$ 235 milhões, na refinaria Comperj, em 2011. Auditores da Petrobras encontraram irregularidades no contrato da Alusa na Abreu e Lima. Procurada, a Alusa não se manifestou”.

Em 2008 outra empresa investigada na Lava-Jato, a ENPA Engenharia que repassou ao então candidato à reeleição, R$ 361 mil em forma de doação. A ENPA também está sendo acusada de ter pago propina a ex-Ministra-Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, também através de esquemas envolvendo a Petrobrás.

Em 2012 a Barbosa Mello destinou R$ 300 mil para a campanha de Fátima Cleide, que disputou a prefeitura de Porto Velho. Em valores atualizados equivale a R$ 339.507,68 e a construtora foi a segunda maior doadora para a campanha da então candidata, que disputou, agora em 2014, uma cadeira no Congresso pelo PT e advinha, a segunda maior doadora da campanha de Fátima Cleide é a empresa Carioca Christiani Nielsen Engenharia S/A, que aparece como suispeita de pagar propina a petistas e tucanos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ela doou, via diretório nacional, nominalmente para Fátima Cleide, R$ 190 mil.

As investigações da Operação Lava-Jato continuam em todo o país e revelam que essas construtoras e empreiteiras atuam como uma máfia, um clube onde elas definem quem fica com o que, em relação a grandes obras. Agentes a Polícia Federal encontraram na mesa de um dos acusados de ser o braço direito do doleiro, João Procópio de Almeida Prado, uma planilha chamada “Demonstrativo de Resultado – Obra Jirau”, com a contabilidade da hidrelétrica do Rio Madeira”. De acordo com o Ministério Público Federal, Prado era o elo do esquema de Yousseff com a Camargo Correia na obra.

Ex-prefeito mantinha contrato com usina de Santo Antônio

Em outubro de 2011, reportagem assinada pelos jornalistas Alan Alex e Paulo Andreoli revelou que o então prefeito de Porto Velho, Roberto Eduardo Sobrinho era sócio-proprietário da empresa V.R. Madeira Transportes LTDA, que mantinha contrato de locação de máquinas pesadas para a usina de Santo Antônio. Dias depois, em 4 de novembro, Roberto não apenas assumiu ser o proprietário, como também afirmou publicamente, “quer saber se a empresa é minha? Eu sou o dono sim!” e completou, “é minha! Apenas isso, pode anotar no seu caderno que eu sou o dono”. Roberto foi preso em uma operação conjunta realizada pelos Ministério Público Estadual e Federal no final de 2012 acusado de uma série de crimes, porém, até hoje não se sabe se ele mantém os contratos com a usina de Santo Antônio.

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