OPINIÃO - O “socialmente aceito” em um domingo - Por Marcelo Rech

OPINIÃO - O “socialmente aceito” em um domingo - Por Marcelo Rech

OPINIÃO - O “socialmente aceito” em um domingo - Por Marcelo Rech

Foto: Divulgação

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Saímos de casa hoje, eu e minha esposa, logo após às 12h para exercer nosso direito de voto. Chegando a escola Carmela Dutra nos encaminhamos até a faixa de segurança para atravessar a Avenida. Se não parássemos, somos atropelados por um táxi em cima da faixa. Veja, existem várias faixas de segurança extremamente mal posicionadas na cidade, o que realmente chega a dar medo de parar e levar uma na traseira, mas na frente do Carmela? Faça-me o favor. Um taxista, profissional do volante que deveria ser o primeiro a dar exemplo, e literalmente ligar o alerta e “PARAR”, não, toca por cima: “socialmente aceito”.
Dentro da escola enquanto espero minha esposa votar, escuto: “Votei no fulano, sei que ele rouba mas pelo menos FAZ”, é de doer mas: “socialmente aceito”. Na saída, depois de exercer o nosso direito de votar, tentamos atravessar novamente na fatídica faixa, agora é uma dona em sua caminhonete que custa não menos que R$ 120.000,00, que para em cima da faixa quase passando em cima dos nossos pés, temos que desviar e tomar cuidado porque atrás dela vem outra similar que ocupa o pedaço que sobrou da faixa e engata marcha ré para estacionar fora da faixa, novamente é: “socialmente aceito”.
Vamos então até o carro e saímos para ir ao restaurante almoçar, quando manobrei o carro na escola, passei na faixa e parei para uma senhora passar, ela nos olhou e deu um sorriso, agradecendo. Isso não é bobagem, é viver bem em sociedade e não fiz mais do que a minha obrigação.
Na descida da Avenida Presidente Dutra, em direção à Avenida Sete de Setembro, me deparo com as imagens que seguem abaixo, daí comento com a minha esposa: o que é isso? Cada dia tem mais e ninguém faz nada. Então ela diz: “li uma reportagem essa semana de que a venda e a compra de CD´s e DVD´s piratas está sendo: “socialmente aceito””, quer dizer, crime de contrabando, roubo de propriedade intelectual, exploração de trabalhador sem registro, sonegação fiscal, uso indevido de espaço público, entre outros, agora é: “socialmente aceito”.
Olha, só enumerei crimes possíveis de identificar sem realizar qualquer tipo investigação, porque é certo que o dinheiro arrecadado nesse comércio ilegal não é utilizado em boa coisa e daí com certeza vem o tráfico, que daqui há pouco, indo do jeito que vai, também passará a ser: “socialmente aceito”.
Vejam nas fotos os carros que estão parados comprando este produto de crime, são veículos novos, ou seja, não são “pobres e ignorantes”, como poderia falar algum desavisado, mas pessoas que sabem o que estão fazendo.
Tenho minha conta na locadora e continuo locando filmes. Em diversas oportunidades fui chamado de otário, mas não fico preocupado com isso, a minha parte tento fazer. Chegando à padaria, um esperto tenta “furar” a fila, faz o pedido para a atendente na minha frente, eu reclamo e ele diz: “Moça, pode atendê-lo ele está com pressa". Digo então: "amigo não estou com pressa, é uma questão de respeito, estou na sua frente e você viu".
Falando em fila, temos o Shopping. Estou todos os dias a noite no Shopping porque dou aula na Faculdade que tem um Campus ali. Invariavelmente pessoas passam vários minutos na fila e deixam para escolher o que vão levar somente no momento em que são atendidas. Porque não escolher enquanto esperam? Tão simples e mais educado. Na hora que o atendente perguntar é só falar e pagar. Não vai levar mais do que alguns segundos e a fila vai andar mais rápido para todos, inclusive para ele no momento que estiver no final dela. Precisamos passar a pensar no coletivo, no bem estar do próximo. Estas “vantagens” não levam a nada, é prejuízo certo para todos.
Até agora falei de coisas pequenas, mas temos problemas maiores. O que é essa notícia que soltaram o assassino CONFESSO da menina Raíssa de 15 anos ? http://www.rondoniaovivo.com/hotsite/lerConteudo.php?news=94271. Não vou entrar no mérito do juiz que mandou soltar, o provável é que esteja cumprindo a lei, mas que lei é essa ? O que a sociedade tem para dizer a família dessa menina é isso ?  Ou ainda o comentário do juiz que está na reportagem: “Não vejo motivos para o jovem permanecer preso” (se esse comentário é verdade, não sei mesmo aonde vamos parar), quer dizer que confessar um assassinato não é motivo para ficar preso?
Li uma reportagem esta semana a respeito de um Policial Rodoviário Federal que estava à paisana, saiu na defesa de um grupo de adolescentes que estavam sendo abordados por um meliante armado. Com uma arma raspada, o bandido reagiu o policial atirou e matou. Resultado, o policial está preso. Que lei é essa ?
Minha irmã é policial militar no Rio Grande do Sul a mais de vinte anos. Nunca teve qualquer anotação em sua ficha funcional que maculasse sua conduta. Mas, terminou no mês passado um processo que se arrastou por três anos, em que ela era acusada de participar da morte de um bandido procurado em todo o Estado por chefiar quadrilhas de assalto a banco e outros crimes.
O fato ocorreu em um dia que ela estava de serviço na equipe da inteligência da Brigada Militar que trabalha com veículos descaracterizados e sem usar farda. Receberam uma denúncia da localização do bandido e foram averiguar, no momento em que chegaram no endereço o meliante estava entrando em um carro, houve perseguição e troca de tiros que resultaram na morte do marginal.
Não foi os disparos da arma dela que atingiram o bandido (grandes coisa se fosse), mas mesmo assim, três anos tensos com noites mal dormidas e gastos com advogado para se defender por estar de serviço, exercendo a sua função policial de defender a sociedade, isso é brincadeira, mas, “socialmente aceito”.
Antes de encerrar, quero dizer que sei, e aqui mesmo falei, de problemas que não ocorreram ou ocorrem na nossa cidade, mas precisamos pensar bem no que estamos encarando como “socialmente aceito”.
Como já li diversos comentários neste site, dizendo: “Se não está feliz, volte para o lugar de onde veio que não vai fazer falta”, quando algum colunista escreve algo que atinge nossa “Bela Capital”, vou concluir dizendo, que sou natural do Rio Grande do Sul, moro aqui a 25 anos, meu filho é nascido e criado aqui, está com 20 anos e hoje mora no Sul porque infelizmente aqui não tem escola e faculdade com curso na área que escolheu para seguir.
O apelido dele lá é “RONDÔNIA”, por opção dele, por que ele foi educado para amar este Estado apesar dos problemas. Não vou embora, vou trabalhar e morar aqui até me aposentar, e vou reclamar sempre na busca do melhor para o coletivo.
Sou professor universitário a 7 anos por opção, não por necessidade ou salário (salário de professor é outro texto), mas sim porque quero fazer a minha parte ensinando a meus alunos não só o conteúdo das disciplinas mas também, a serem pessoas melhores, éticas, íntegras, honestas e finalmente, EDUCADAS. Um abraço a todos que perderam seu tempo lendo estas linhas.
Marcelo Rech, Analista de Sistemas, Professor Universitário.
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