Os secretários municipais Jair Ramires (Serviços Básicos) e Marcelo Fernandes (Obras) foram à Câmara Municipal, na tarde de segunda-feira (15), na condição de convidados, para prestarem esclarecimentos sobre eventuais irregularidades em suas pastas, apontadas pela vereadora Ellis Regina.
A sessão, que durou pouco menos de uma hora, aconteceu na ante-sala do plenário e foi conduzida pelo presidente Eduardo Rodrigues (PV), com a participação dos vereadores Marcelo Reis e Jaime Gazola (PV), Cláudio Carvalho (autor do convite), Jurandir Bengala e Sid Orleans (PT), Elizeu da Silva (PP), Ramiro Negreiros e Marinho Melo (PMDB) e Cláudio da Padaria (PC do B).
Quem esperava revelações bombásticas, caiu do cavalo. Ellis até que se esforçou para emparedar os secretários de Sobrinho, repetindo o que dissera em recente pronunciamento da tribuna da Casa sobre fatos envolvendo as secretárias comandadas por Jair e Marcelo, mas os dois responderam a altura, inclusive, apresentando documentos.
Marcelo Fernandes foi o primeiro a ser inquirido. Disse que, ao contrário do que afirmara a vereadora, não havia abandonado um trator da prefeitura nas imediações da bacia leiteira há quatro meses. Segundo ele, a máquina apresentou problema mecânico. O local era de difícil acesso. A SEMOB não tinha uma prancha para transportá-lo. Por isso, teve aguardar o contrato hora/máquina, para fazer a remoção do equipamento até a cidade. E concluiu dizendo que não houve abastecimento no mês de julho, simplesmente porque a máquina estava parada. Ellis, claro, não acreditou e solicitou as guias de combustíveis para tirar a prova dos nove.
Depois, foi a vez de o secretário Jair Ramires explicar como um trator de esteira D-60, que, segundo Ellis, teria sido locado pela prefeitura, apareceu no dia 27 de julho realizando serviços numa propriedade particular. Antes de responder, porém, Jair aproveitou para alfinetar seu arquiinimigo, o vereador Edemilson Lemos, que não estava presente à sessão. Vai e vem, Lemos tem pedido a cabeça do titular da SEMUSB.
Chorando e gesticulando bastante, Jair disse que estava cansado de ser acusado injustamente e citou o caso da grama, dizendo que nada ficou provado contra ele. E que essas denúncias só têm atrapalhado os negócios da família, sendo o seu filho um dos mais prejudicados. Depois, afirmou o trator trabalhou até o dia 26. Apresentou problemas e, no dia seguinte, foi substituindo por outro. A partir daí, o equipamento não estava mais sob a responsabilidade do município.
O secretário informou que não conhecia o dono da chácara na qual o trator foi visto e fotografado. Coincidência ou não, trata-se da mesma pessoa que tem uma casa no bairro JK I, onde funcionaria um órgão da SEMUSB, até hoje, sem contrato de locação, porque o proprietário ainda não teria apresentado a documentação necessária.
Depois da sessão, Jair fez questão de exibir aos presentes o que seria um documento do Tribunal de Contas, apontando irregularidades na EMDUR, na época em que Edemilson Lemos respondia pela assessoria técnica da empresa. Vem chumbo grosso por aí.