Quando se diz que o governador Confúcio Moura está cercado de incompetentes, cuja visão não vai além do próprio umbigo, logo aparece meia dúzia de comensais palacianos, com explicações inócuas, destituídas de conteúdo ético, que beiram às raias do patético e do caricato mais vulgar.
Mais os fatos estão aí para quem quiser vê-los. Em menos de noventa dias no cargo, o governador propôs auxilio moradia para secretários estaduais e ameaçou inchar ainda mais a folha de pagamento da máquina oficial, com a contratação de temporários para a educação, quando muitos concursados aguardam há anos na fila de espera. Um tremendo paradoxo.
Não satisfeito, ainda criou, com o beneplácito da Assembléia Legislativa, o famigerado Instituto de Terras de Rondônia (ITR), para acomodar políticos fracassados e cabos eleitorais. Agora, intenciona aumentar seu salário e de seus secretários. A mensagem já está na ALE para ser apreciada. Tudo isso, evidentemente, em meio a um turbilhão de problemas no qual o estado está imerso.
Enquanto isso, milhares de servidores continuam vivendo à míngua, comendo o pão que o diabo amassou, provou e, depois, regurgitou, enfim, vivendo na corda bamba sem serem malabaristas.
E o que espera a população dos senhores que hoje ocupam a Assembléia Legislativa de Rondônia? No mínimo, que eles, em nome da decência, da moralidade da coisa pública e, principalmente, dos sagrados interesses do povo, descarrilem mais esse trem da alegria, que a administração estadual pretende patrocinar com o suado dinheiro do contribuinte.
Desgraçadamente, os que irão analisar e votar esse monstrengo legislativo são os mesmos que aprovaram a criação do esquálido ITR, embora tenham assumido àquela casa com ares de moralidade e de respeito ao povo.
Lamenta-se que muitos fantasiados de políticos entendam que se administra a coisa pública como algo particular, pessoal, esquecendo-se completamente dos compromissos de palanque, numa verdadeira verborragia irresponsável, que só contribui para denegrir e descredenciar a classe política, além, é claro, de macular a imagem da instituição à qual pertencem.