Nos dias que antecedem as eleições, percebe-se um inequívoco desejo da população portovelhense de moralizar a coisa pública. São nítidas as demonstrações de fadiga do que representa a imoralidade, a corrupção, a desordem moral, criando escola de degeneração dos costumes, como se a desonestidade houvesse se incorporado à cultura do povo e um trágico e desgraçado fatalismo fosse o mentor dessa realidade. Falsa e indecente.
Agora, mesmo, a cidade foi sacudida por mais uma denúncia greve envolvendo um secretário do prefeito Roberto Sobrinho, do PT, acusado de favorecimento. Isso mostra que a maioria da população ainda não aprendeu a escolher criteriosa e seletivamente os que devem representá-la no cenário político.
Mesmo assim, não podemos perder as esperanças de dias melhores para o nosso estado e a nossa gente. Rondônia não pode ficar à margem do processo de moralização que se espraia pelos quatro quadrantes do país. A política não pode continuar a serviços dos corruptos e viciados, gerando um sentimento de descrença nos valores éticos e intelectuais.
Em lugar de selecionar os objetivos de suas atividades, tendo sempre em consideração os interesses, as necessidades e as aspirações do povo, muitos políticos e dirigentes públicos deturpam as finalidades concretas da atividade administrativa, com a execução de obras superfaturadas, muito acima do seu valor real, com o duplo propósito de engordarem suas já polpudas contas bancárias e fazer média eleitoreira.
Felizmente, a vigilância de algumas instituições, como Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público (estadual e federal), vencendo a inércia e o deixa-como-está-para-ver-como fica de alguns outros, que preferem, por conformismo e conivência, permitir que o erário seja sangrado e impedido, assim, de investir mais em saúde, educação, segurança pública e na melhoria salarial dos que prestam serviços à máquina burocrática, vem conseguindo ferir fundo do peito dos saqueadores dos recursos públicos.
Pelo que se tem ouvido e presenciado nos meses que antecedem as eleições, principalmente para o governo do estado, há grande chances de a criatividade de nossa gente encaminhar-se pelos amplos caminhos da decência, da responsabilidade e do respeito. É preciso entender que Rondônia não foi talhada para a miséria, a violência e o fracasso, tampouco como refúgio de administradores corruptos e políticos fichas sujas, acostumados a fazerem do mandato conquistado nas urnas instrumento de barganha para a satisfação pessoal e de apaniguados. Vamos expulsar a escória dos nossos quadros políticos.