Prefeitura pode ter gasto até três milhões de reais de grama em 2008, neste ano já foi mais de 100 mil

Prefeitura pode ter gasto até três milhões de reais de grama em 2008, neste ano já foi mais de 100 mil

Prefeitura pode ter gasto até três milhões de reais de grama em 2008, neste ano já foi mais de 100 mil

Foto: Divulgação

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Porto Velho --  A Capital do Estado de Rondônia vem passando por profundas transformações na administração do prefeito Roberto Sobrinho (PT). Isso é público e notório e só não vê quem não quer, como bem disse o presidente do Partido dos Trabalhadores em Rondônia Tácito Pereira.  Ocorre que nem todas as transformações são  para melhor. A cidade é uma buraqueira só e as obras inacabadas vem causando transtornos por toda a cidade.

Outro ponto que vale a pena destacar são as podas das árvores, que vem sendo feitas pela prefeitura. No prédio onde funciona a secretaria municipal de Fazenda, mangueiras que tinham mais de 50 anos foram abatidas sem a menor cerimônia, e essa cena vem se repetindo em diversos pontos.

Mas a prefeitura também vem se preocupando com o visual da cidade. Prova disso, é que em 17 de março de 2008 foi publicado um Termo de Homologação entre o município e a empresa A.C.R Comércio e Construções LTDA, no valor de R$ 3.082.650 (três milhões, oitenta e dois mil e seiscentos e cinquenta reais) para a compra de grama. A empresa ACR Comércio e Construções LTDA, que encontra-se fechada atualmente, funcionava nos fundos da empresa VT Produções, na Avenida Rafael Vaz e Silva, 2534, no bairro Liberdade. Tem como sócios os irmãos Alexandre José do Amaral Alves do Vale, Marcelo Amaral Alves do Vale e Eslândia Medeiros da Silva.

O escritório da empresa é uma sala insalubre que, segundo a recepcionista da VT Produções (que também está fechada) “está reabrindo, mas encontra-se fechada faz um tempão (sic)”.

Resta saber onde a prefeitura vai utilizar tanta grama que está sendo comprada ao preço de R$ 10 o metro quadrado.  Aqui mesmo, em Porto Velho, o metro quadrado da mesma grama, da espécie Esmeralda custa R$ 6.

Cabe agora ao Ministério Público do Estado investigar esses contratos e apurar responsabilidades, uma vez que o dinheiro público literalmente está virando capim (ou melhor, grama).

O que poderia ser feito com esses recursos

De acordo com a Lei Orgânica do Município de Porto Velho, no Capítulo II,  artigo 7º, parágrafo XXX diz o seguinte: “Capítulo 7º - Ao Município compete prover tudo quanto diga respeito ao seu particular  interesse e  ao  bem-estar  de  sua população, cabendo-lhe privativamente,  dentre outras, as seguintes atribuições; (...) Artigo XXX - prestar  assistência  nas  emergências  médico-hospitalares  de pronto-socorro,  por  seus  próprios  serviços  ou  mediante  convênio  com  instituições especializadas;”. Os três milhões que a prefeitura resolveu investir na compra de grama, poderia perfeitamente dar início as obras do Pronto Socorro Municipal, que é uma exigência da própria Lei Orgânica que não é cumprida.

Outra aplicação sensata para esse dinheiro seria a construção de casas populares, uma vez que existe uma enorme demanda nesse setor em Porto Velho; também poderia ser aplicado em reforma de escolas, construção de novos postos de saúde ou mesmo para tapar a buraqueira que existe nas ruas da Capital. Em uma análise fria, percebe-se que qualquer que fosse a aplicação desse dinheiro, ele teria muito mais serventia para a população do que o efeito estético de um gramado.

Silêncio reinante

O prefeito adotou a política do silêncio em relação a qualquer crítica que seja feita contra sua administração. Ele simplesmente ignora os apelos da população e age como se não tivesse que dar satisfação a ninguém. Fechado em copas, apareceu recentemente em um baile de carnaval, que aconteceu em plena quinta-feira acompanhado de seu séquito. Na sexta-feira, para eles foi feriado. Nas repartições municipais, apenas os servidores estatutários (aqueles que são aprovados em concurso público) estavam trabalhando.

O silêncio de Roberto Sobrinho vem confirmando a cada dia a total falta de compromisso do chefe do Executivo municipal.

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