Professores associados do Sintero que se consideram prejudicados financeiramente no Caso da Isonomia, disseram ontem a jornalistas que apóiam a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa sobre supostos crimes financeiros na entidade classista.
“A CPI é legal pois não está tratando de questão trabalhista ou sindical de competência privativa da União,” – disse um professor – “mas buscando transparência no manuseio de R$ 4,16 bilhões garantidos pela Justiça do Trabalho para mais de 3.600 professores rondonienses, que foram reduzidos inexplicavelmente para R$ 350 milhões.”
Segundo a versão do Sintero, a redução da quantia ocorreu após uma troca de advogados pelo sindicato e através de um acordo do próprio Sintero com a Advocacia Geral da União. Isso, segundo os professores queixosos “nunca foi bem explicado.”
“Eu deveria receber, conforme a sentença judicial, R$ 50 mil, após esperar 15 anos pelo desfecho do processo, mas o depósito foi de apenas R$ 2 mil”– disse um professor, que pediu para não ser identificado com medo de represálias “da claque” do Sintero que promovia distúrbios na Assembléia.Os professores qualificaram também de “mentirosa, vazia e prolixa” a nota de meia página de jornal que a Central Única dos Trabalho (CUT) e Força Sindical publicaram nos matutinos de ontem com um “parecer jurídico” que afirma que “CPI contra Sindicato e inconstitucional.”
O redator da nota, que se identifica como advogado Maximiliano Nagi Garcez, com registro na OAB do Paraná, tenta convencer – em 102 linhas de texto com letras pequenas – que a CPI da Assembléia visa investigar “atividades de entidade sindical” e “fiscalizar relações de trabalho.”.
Em nenhum momento fala de isonomia e do prejuízo de mais de R$ 3 bilhões que a CPI quer apurar, como o braço judiciário e policial do Poder Legislativo.
Os professores criticaram a baderna promovida ontem pela “claque” da CUT e Sintero na Assembléia. Seus integrantes foram reconhecidos como os que depredaram a Assembléia e tentaram desmoralizar o Poder Legislativo no auge da crise política entre 2005 e 2006.