O empresário Renato Tadeu Pereira Torres prestou depoimento ontem na Superintendência da Polícia Federal e assumiu ter feito a gravação da fita na qual Roberto Jefferson Camoeiras Gracindo Marques, conhecido como “Xuxa”, fala sobre o envolvimento do senador Romero Jucá (PMDB), de quem era assessor, no esquema do “mensalão”, através de empresas de Marcos Valério.
*De acordo com Renato Torres, o então assessor parlamentar narrou as denúncias espontaneamente, sem ler nenhum documento. A versão do empresário vai de encontro ao que Xuxa disse na Polícia Federal, de que tinha sido gravado, sem o seu conhecimento, por Joaquim Souto Maior Neto, o “Netão”, chefe-adjunto da Casa Civil do Governo de Roraima, quando lia um texto.
*Renato Torres detalhou que Netão lhe pediu para confirmar a denúncia feita por Xuxa e que em outubro ou novembro teve um encontro casual com o ex-assessor, em uma loja de serviços na avenida Ataíde Teive. Eles voltaram a se falar dias depois, quando o empresário gravou a conversa, que diz ter acontecido dentro do carro, sobre a suposta participação do senador no mensalão.
*“O meu objetivo era ajudar a esclarecer a denúncia e ter algo para me resguardar se houvesse problemas futuros, como acontece agora com a alegação de Xuxa de que teria lido um documento. As afirmações dele sobre o senador foram espontâneas”, garantiu Renato Torres, que revelou ter intermediado um empréstimo de R$ 5 mil feito por Netão para o ex-assessor parlamentar.
*CARREIRA – Xuxa afirmou em depoimento que Netão lhe ofereceu R$ 350 mil para denunciar e acabar com a carreira política de Romero Jucá, envolvendo-o no escândalo do mensalão no Congresso. Por outro lado, o adjunto da Casa Civil assegurou na Polícia Federal que foi procurado pelo ex-assessor parlamentar, que teria lhe pedido R$ 320 mil para delatar o peemedebista.
*SAQUE – Romero Jucá declarou que a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Correios ficou de elucidar esta semana se Xuxa teria feito saque no Banco Rural em Brasília, a partir da assinatura em nome de Roberto Marques. Os atos principais, segundo o senador, são o exame grafotécnico e a averiguação da gravação de imagem pelo circuito interno da instituição bancária.