A Polícia Federal prendeu ontem, à tarde, no edifício Ibrahim, centro de Rio Branco, o tesoureiro do Partido da Frente Liberal (PFL), Abelardo Magalhães de Andrade, acusado de estelionato.
Abelardo foi preso no momento em que recebia R$ 11,7 mil, produto do golpe virtual que aplicava pela internet.
Depois de receber uma denúncia de uma pessoa do Estado de São Paulo, a PF no Acre começou a investigar um esquema de venda fantasma de produtos de informática via internet e chegou ao tesoureiro do PFL, o mentor intelectual do golpe.
Como o golpe era aplicado
Abelardo montou uma página da internet onde oferecia produtos de informática a preço bem abaixo do mercado. Garantia entrega imediata e boa qualidade dos produtos.
O cliente que se interessava pela oferta, depois de acessar o site, era induzido a preencher um formulário virtual, que na verdade era o cadastro.
Uma vez registrado na lista da “empresa”, o cliente só teria que escolher os produtos e enviar por meio de depósito bancário 50% do valor da compra. Quando o envio do dinheiro fosse confirmado, o cliente receberia a encomenda e pagaria o restante. Mas, só depois de enviar o primeiro pagamento, é que o cliente descobria que havia caído em um golpe.
A empresa não enviava a mercadoria como não respondia aos e-mails. Ela simplesmente sumia.
Abelardo Magalhães usava contas de laranjas para receber os depósitos e vinha faturando alto com o golpe.
Como ele foi descoberto
Um cliente do Estado de São Paulo fez uma compra virtual de R$ 1,7 mil. Pagou adiantada metade da quantia e ficou aguardando o envio do pedido.
Passaram-se semanas, e nada. Ele entrou em contato com a empresa e, para sua surpresa, acabou descobrindo que havia caído em um golpe virtual.
Por conta própria, o cliente passou a investigar e descobriu que a conta onde o depósito havia sido efetuado era do Acre.
Ele Entrou em contato com a Polícia Federal, iniciando as investigações.
Abelardo Magalhães foi localizado no escritório em que trabalhava, onde funcionava uma financeira.
Ontem, quando ele recebia de um laranja mais uma quantia conseguida por meio do golpe, foi preso por estelionato e encaminhado para a sede da Policia Federal.
Na PF, o delegado Augusto Simões autuou o acusado por estelionato e descobriu que Abelardo era reincidente e que responde a cinco processos na Justiça, dois deles pelo mesmo crime. (Jairo Barbosa)