Empresária do Rio denunciada pelo Ministério Público Federal por trabalho escravo mandava empregada doméstica sentar no chão para assistir TV, 'ou teria que passar álcool' nas cadeiras'
Foto: Divulgação
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‘Pobre, você está suja’, afirmou ter ouvido a ex-empregada doméstica de uma empresária que a teria submetido a trabalho escravo, no Rio. O Ministério Público Federal do Rio denunciou a empresária. Segundo testemunhas, além de não pagar salários, ela chegou a deixar a funcionária uma semana trancada na área de serviço, sem comida, em seu apartamento de Copacabana.
A empregada relatou diversos casos de abusos à Procuradoria, que não divulgou o nome da acusada.
Em outro episódio, a funcionária afirma que a empresária a ‘xingava recorrentemente quando achava que o serviço não era de seu agrado, usando de palavras do tipo ‘pobre, você está suja’.
Ela narra ainda que era proibida de ‘sentar na cadeira que a empresária usava senão ela teria que passar álcool’.
“Que só podia ver televisão sentada no chão; Que alega que trabalhava todos os dias de 7h até a hora em que a patroa iria chegar, geralmente meia-noite”, consta em seu termo de depoimento, que embasa a denúncia.
Segundo a acusação, a empresária morava em Brasília e foi residir no Rio, levando a vítima junto.
Para evitar que a empregada fosse embora, a denunciada alegava uma dívida em função da venda de móveis para a trabalhadora. Alegava também que a vítima havia ‘manchado blusas e quebrado itens da casa, o que seria descontado de seu salário’. Fazia ameaças, afirmando que no Rio ‘qualquer bandido bateria por R$ 50 e mataria por R$ 100’.
O caso foi denunciado pelo Ministério Público do Rio em 2014 e a Justiça Estadual declinou a denúncia para a Justiça Federal. A ação foi remetida então ao Ministério Público Federal em abril de 2018, que denunciou novamente o crime e reiterou a competência federal para o julgamento da ação.
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