Moradores da Linha Transpurus, localizada no Km 13, da BR 319 estão revoltados com o descaso da Empresa de Transportes Porto Madeira, responsável pelo ônibus escolar que atende a região. Segundo as denúncias, os alunos estariam sendo obrigados a andar a pé por mais de 5 km para chegarem até as suas casas.
De acordo com os pais das crianças, o ônibus estaria em péssimas condições de uso e em função das falhas mecânicas estaria quebrando todos os dias no meio do caminho.
“Essa empresa passou por uma licitação na prefeitura, mas não cumpre, nem de longe, o que está no contrato. Nesse caso eles teriam que atender crianças que moram do Km 13 ao Km 23, mas não é isso que acontece. Nossos filhos estão ficando na beira da estrada porque o ônibus não consegue chegar até aqui. E não adianta dizer que é a estrada. É descaso mesmo”, conta indignado, Oscar Gregório, pai de um dos alunos.
A agricultora Silvana Neto de Souza fala da preocupação com a segurança e a saúde das crianças. “É um absurdo. Meu filho levanta às cinco da manhã, sai daqui as seis e só chega em casa depois das seis da tarde quando o certo era pra estar em casa às 13 horas. Fica esse tempo todo sem almoço. Com as crianças da tarde o perigo ainda é maior, já aconteceu de menino chegar em casa depois da meia noite porque teve que voltar a pé”, relata.
Raimunda Silva, conta que na noite de ontem (27), após o ônibus quebrar próximo a Linha 7, oito crianças foram deixadas no local sem qualquer orientação. “A sorte é que passou um conhecido de uma das crianças, entre elas o meu filho, e inconformado com a situação levou todo mundo para uma delegacia onde foi registrada uma ocorrência. Pra ter uma idéia, as crianças só jantaram porque os policiais pagaram marmitex para elas, que só chegaram em suas casa, hoje, às sete da manhã. É ou não é de se revoltar?”, questiona a mãe.
Procurada pela reportagem para falar sobre o assunto, a Empresa de Transportes Porto Madeira, através de um funcionário identificado apenas como Marcelo, informou apenas que não estava autorizado a fazer qualquer pronunciamento a respeito.
Os pais dos alunos procuraram o Ministério Público, protocolaram uma denúncia e terão uma audiência nessa quinta-feira (29).