Geronimo Pocaterra, de 60 anos, tentará chegar com a família a São Paulo
Foto: Divulgação
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Há alguns dias é possível ver, nos semáforos de várias regiões de Vilhena, algumas pessoas segurando cartazes com dizeres que, além de pedirem ajuda, identificam-nos como venezuelanas. O Folha do Sul Online conversou com uma dessas pessoas.
A reportagem encontrou Geronimo Pocaterra, de 60 anos, no semáforo localizado no cruzamento da avenida Major Amarante com a rua Ricardo Franco, próximo a Praça Padre Ângelo Spadari.
Geronimo começou a conversa explicando que ele é indígena da etnia Warao, e que a vinda para o Brasil foi uma fuga da crise política e econômica pela qual passa a Venezuela. Revelou que, além dele e de sua família, milhares de indígenas de outras etnias deixaram a Venezuela em busca de melhores condições de vida.
O venezuelano contou que chegou ao Brasil em agosto e que passou por Pacaraima, município do extremo norte de Roraima, a principal entrada de imigrantes venezuelanos. Lá, ele e a família ficaram em um abrigo, depois foram para Manaus (AM), onde também permaneceram em abrigos. Sem conseguir trabalho, Geronimo decidiu entrar ainda mais no Brasil e, de Manaus, veio com a família para Porto Velho e depois para Vilhena aonde, segundo ele, chegaram dois dias atrás.
Geronimo disse que ele e sua família estão abrigados temporariamente em uma casa “cedida”, mas, segundo relatou, não têm colchões, e precisam de roupas e comida. Ele revelou ainda que não tem documentos brasileiros, como carteira de trabalho, por exemplo. “Muitos de nós estão indo para são Paulo”, disse o homem, dando a entender que o Estado mais rico do Brasil deverá ser o seu destino também.
No momento da despedida, Geronimo ainda disse: “Nunca imaginei que com 60 anos estaria pedindo”.
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