Uma demonstração de superação e do poder de transformação do ser humano marcou a tarde de sábado (14) na exposição de artes dos reeducandos do sistema penitenciário de Porto Velho. A exposição aconteceu na Casa de Cultura Ivan Marrocos. Através da arte trabalhada em vasos de barro, estatuetas, quadros, tapetes, móveis para escritório e decoração, e outros artefatos produzidos dentro das unidades prisionais da capital rondoniense, autoridades e convidados conheceram de perto o trabalho de reinserção social quem vem sendo desenvolvido no sistema prisional, com o apoio e incentivo do governo.
Promovido pela Secretaria de Estado de Justiça (Sejus), em parceria com a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso (Acuda) e o Conselho da Comunidade, o evento foi considerado um sucesso pelas autoridades e convidados. Para o secretário de Justiça Fernando Oliveira, a exposição foi uma forma de mostrar que o Estado tem cumprido com a sua parte em oferecer capacitação e educação aos reeducandos do sistema, na busca pela ressocialização e reabilitação, dando condições de uma nova expectativa de vida, respeitando os direitos da pessoa humana.
O ex-ministro Roberto Mangabeira Unger, vice-presidente do Conselho Estratégico de Desenvolvimento Sustentável (Conedes) avaliou a exposição com olhos para o futuro. “Esse evento vai muito além do efeito imediato que ele produz, mas tem efeito sobre nós, de forma transformadora, sobre a sociedade”. O ex-ministro foi presenteado com uma das obras pelo secretário Fernando Oliveira e ainda recebeu homenagem dos próprios apenados. A banda formada pelos reeducandos da Penitenciária Edvan Mariano Rosendo também homenageou as autoridades com uma apresentação musical.
Nas mais variadas formas e cores, muitas peças expostas “falam” de sentimentos e valores, no olhar de artistas que, embora encarcerados, buscaram a inspiração para uma nova visão, um novo caminho a seguir. Além de capacitar, a ocupação da mão de obra apenada é considerada pelas entidades e órgãos envolvidos no oferecimento de atividades laborais, como uma terapia que desenvolve o senso de responsabilidade, e eleva a autoestima dos indivíduos que cumprem suas penas sob a tutela do Estado.
“Nós ainda temos muito a fazer, mas já estamos plantando a semente de uma mudança que pode transformar o sistema prisional do Estado em modelo para todo o País. Através desse trabalho nós temos a oportunidade mudar a realidade carcerária de Rondônia, e mostrar não só para os demais estados do Brasil, mas para outros países, que com muito esforço e uma visão diferenciada o trabalho dentro das unidades prisionais pode gerar resultados extraordinários com reflexos em toda a sociedade. Esse é o objetivo do nosso governador Confúcio Moura, que não tem medido esforços em nos apoiar nessa missão. Temos uma grande representatividade com ajuda do ex-ministro Mangabeira, e vamos continuar buscando parcerias para que esse trabalho possa, de fato, alcançar índices de ressocialização exemplares”, declarou Fernando Oliveira.