Mirian Saldanã quer ser prefeita de Porto Velho, com as bênçãos, é claro, do prefeito Roberto Sobrinho. Lula tirou Dilma da Casa Civil e a fez presidenta da República. Uma grata surpresa. Sobrinho, por sua vez, quer arrancar Saldanã da chefia de seu gabinete e fazê-la sua sucessora. Ocorre que, entre o sonho e a conquista, há um caminho repleto de obstáculos, quase que intransponíveis.
Não se tem dúvidas de que Sobrinho desfruta, hoje, de considerável popularidade, resultado dos investimentos que o governo federal vem realizado em obras infra-estruturais e, principalmente, em programas e projetos sociais, porque se fosse depender exclusivamente de recursos próprios e da capacidade de muitos que o cercam, o prefeito estaria em maus lençóis.
O então prefeito de Porto Velho, Chiquilito Erse, estava com a popularidade nas nuvens quando cometeu a asneira de lançar o médico Victor Sadeck para disputar o palácio Tancredo Neves, inclusive com o apoio do governador Osvaldo Piana. Abertas as urnas, Sadeck foi massacrado.
À semelhança de Sadeck, Saldanã não tem carisma, nem experiência acumulada, tampouco se tem revelado uma pessoa humilde, que é sinal de grandeza a que nem ela nem muitos dos seus estão acostumados.
Ser ficha limpa é importante, mas não é tudo. A ex-senadora Fátima Cleide também é ficha limpa. Ao contrário de Saldanã, Cleide tem capital eleitoral, trabalho realizado e apoio da militância. Essa história de dizer que seu nome encontraria resistência dentro do segmento evangélico, não é o bastante para tentar rifá-la do processo eleitoral.
Quer queiram ou não os defensores da candidatura Saldanã, Cleide tem muito mais chances de disputar o pleito em pé de igualdade com pesos pesados como o deputado federal Mauro Nazif e o ex-deputado federal Lindomar Garçom, sem correr o risco de ficar no meio da estrada comendo poeira. O mesmo se não pode dizer de sua companheira de partido.
Nem falo da eventual candidatura do presidente em exercício da ALE, deputado José Hermínio Coelho, pois ela já nasceu morta. Só falta deitar para ser enterrada, o que deverá acontecer logo, com a aliança nacional do PT e do PSD.
Se o PT insistir na estultícia de indicar Mirian Saldanã para representá-lo na sucessão municipal deste ano, será escalpelo nas urnas.