A intensa e efetiva participação do deputado estadual Valter Araújo como líder de organização criminosa foi um dos motivos que levou a Polícia Federal e o Ministério Público de Rondônia, por meio do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), a pedir à Justiça Federal e ao Tribunal de Justiça a autorização de transferência do deputado Valter Araújo da sede da Superintendência da Polícia Federal para o Presídio Federal em Porto Velho.
Outro motivo para o pedido de transferência, foi a periculosidade do deputado, constatada nas investigações em duas ocasiões. Em uma delas, o deputado, utilizando integrantes da organização criminosa do Detran, consegue descobrir que a placa do veículo que seguia um dos investigados da quadrilha era da Polícia Federal. Em outro momento, no dia 25 de julho de 2011, quando um veículo da Polícia Federal seguia um dos membros da quadrilha, Valter Araújo dá ordem para que pessoas armadas façam uma emboscada contra os policiais, o que felizmente não chegou a ocorrer pois a ligação telefônica era monitorada por ordem judicial.
De acordo com o Ministério Público, a lei que regulamenta os presídios federais permite que não só presos definitivos, mas provisórios possam ser transferidos para tais unidades. Além disso, o deputado não poderia ser transferido para as unidades prisionais estaduais, uma vez que a quadrilha que liderava está enraizada em vários órgãos públicos, entre eles a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), a qual é responsável pela sistema penitenciário estadual.
Valter Araújo estava na Polícia Federal desde o dia 18 de novembro, quando foi preso em flagrante, tendo inclusive sido apreendidas cinco armas de fogo em sua fazenda, durante a Operação Termópilas. Em sua permanência na sede da PF, foram registrados alguns incidentes como tentativa de entrada de um celular e a saída de um bilhete.