A Vigilância Sanitária, ligada à secretaria municipal de Saúde, realizou a maior apreensão de alimentos feita neste ano nas feiras livres da cidade. Foram mais de 200 quilos de carnes, feijão e queijos apreendidos na feira que ocorre na Avenida Campos Sales, uma das mais tradicionais da Capital. Segundo Ronald Gabriel, que coordena a fiscalização na Prefeitura há 21 anos, as investidas dos fiscais nas feiras ocorrem duas vezes por semana, sempre sem aviso.
No caso da feira da Campos Sales, os fiscais foram verificar de perto uma denúncia de que feijões estavam sendo pintados de verde, para serem vendidos como vagem, um grão de maior qualidade. “Também suspeitamos que algumas carnes de aves estão sendo pintadas para ficarem com uma cor melhor”, acredita Gabriel. Além de localizar o feijão suspeito, fiscais também encontraram irregularidades em carnes vermelhas e queijos artesanais. Amostras do material apreendido foram encaminhadas à análise de laboratórios. O resultado deve ser divulgado em alguns dias.
Segundo Gabriel, cerca de 15 fiscais participam das operações junto às feiras, sempre com o apoio de agentes da delegacia de
defesa do Consumidor. A própria delegada de polícia Márcia Gazoni, que responde pela DP especializada, costuma participar das ações. “O apoio da polícia é fundamental. Há comerciantes que não aceitam a fiscalização e tentam intimidar o trabalho dos fiscais”, explica.
Capacitação
Há dois anos, a prefeitura passou a promover cursos entre feirantes e ambulantes que costumam comercializar alimentos nas feiras livres. O objetivo era capacitar esses profissionais a manipular os materiais de forma adequada. Gabriel aponta que as principais irregularidades encontradas nessas feiras são as carnes armazenadas fora das condições exigidas em lei, como refrigeração de 10º. “As condições em que o abate foi feito também é importante. “O sangue do animal é um meio de cultura à bactéria e à diversas doenças”, explicou.
A periodicidade das ações de fiscalização nas feiras é feita apenas duas vezes por semana porque os fiscais também se revezam na observação aos chamados mercados grandes, boates, salões de beleza, clinicas oftalmológicas, tatuadores e outros profissionais.