Mais uma vez moradores da zona norte da capital experimentam o apagão de energia elétrica nas suas residências e comércios. No bairro Nova Esperança, o desserviço prestado pela Eletrobrás Rondônia (Antiga Ceron) já dura mais de quatro horas, sem previsão de volta.
O Ministério Público já iniciou procedimento investigatório para apurar as sucessivas interrupções de energia na capital de Rondônia, que num paradoxo gritante, está se preparando para fornecer energia elétrica para o resto do Brasil.
E aí deve estar o problema. A capital sofreu um aumento da demanda de consumo com a instalação das obras das Usinas do Rio Madeira. Porém não houve nenhuma preparação para o “boom” de consumo industrial. Com constantes picos de consumo nos canteiros de obras, a população da capital fica sem energia. E aja prejuízo. E aja insatisfação. A paciência já acabou faz tempo. O que falar para o filho que pergunta porque sempre "apaga" a luz. "Só de noite né papai" constata Luis, meu caçula de 5 anos.
Qual cantiga de ninar canta-se para o filho recem nascido, que pela força do calor amazônico, chora insistentemente? Canta-se o que? O Jingle do "Lulá Lá" da campanha de 2002? Respondam técnicos gabaritados. Respondam senhores políticos. Respondam dignissimos promotores da justiça social. Alguém fale alguma coisa. Ou se indignar é crime?
A oposição afirma que o problema é de gerenciamento, já que a estatal foi negociada em 2002 com o grupo político da já quase ex-senadora Fátima Cleide do Partido dos Trabalhadores de Rondônia. É sabido no Estado o fraco desempenho produtivo dos mesmos, vide a administração da capital. Em Porto Velho, quase um bilhão de reais em recursos do Governo Federal (PAC e PAC2) e alguns milhares de buracos fazem o contraponto do jeito PT de administrar. Que bom seria se nossos petistas fossem os do Acre. Fizeram de Rio Branco uma cidade bonita, bem planejada. Mas fazer o que? Na Ceron, o PT já está há quase oito anos. Já deu tempo suficiente para "acabar" com a estatal. A suposta competência administrativa grassa no meio da “estrela vermelha” estadual. Será que o pupilo de Fátima Cleide, sindicalista Inacio Azevedo ( FOTO ACIMA), o "todo poderoso" da Ceron pode dar uma explicação plausivel para o fato?
Por isso leitor, “olho vivo” nas próximas eleições para acabarmos de defenestrar o pouco de que sobrou dos petistas locais depois do pleito 2010. Eles são bons em promover greves, fazer píquetes e pichar muros. Administrar empresas e bens públicos com certeza não é o forte do grupo vermelho.
* Paulo Andreoli é empresário e jornalista, radicado há 27 anos em Rondônia. Texto atualizado ás 5h40 de 29/11/2010