12% dos brasileiros sofrem de alguma espécie de transtorno mental, isso de acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), em Porto Velho a situação não poderia ser diferente. A comunidade da capital de Rondônia vem diariamente presenciando uma cena que já se fundiu com o aspecto do cenário local, vários moradores rua que sofrem desse transtorno, perambulando pelas calçadas e por muitas vezes sendo esquecidos pelas autoridades competentes.
Nessa semana o caso de um morador de rua identificado pelo nome deCharles, trouxe à tona a questão de como está sendo realizado os trabalho em Porto Velho para amenizar esse delicado problema que vem afetando varias famílias portovelhense. Geralmente quando uma pessoa com transtorno mental causa algum problema na rua é necessário o uso daforça policial, enfermeiros e até o Corpo de Bombeiros, para poder imobilizar uma pessoa em estagio graduado do transtorno.
Em todo o estado de Rondônia, apenas o Hospital de Base, localizado na capital, atende clinicamente pessoas com transtornos mentais. De acordo com diretor do hospital, Amado Rahal, hoje a unidade de saúde conta com trinta e cinco leitos direcionados especificamente para pessoas com transtornos mentais e todos estão lotados. Entre essas pessoas internadas no hospital existem pacientes que estão há mais de 20 anos internados.
“Muitas vezes as famílias deixam essas pessoas para trás e nunca mais voltam”, afirmou o diretor Amado Rahal.
Os órgãos municipais responsáveis devem realizar um trabalho de levantamento para saber quem e quantos são essas pessoas que vivem
nas ruas de Porto Velho, isso enquanto ainda é possível realizar o trabalho, pois Porto Velho vem crescendo vertiginosamente e poderá ficar impossível um estudo dessa magnitude.
Outro órgão que trabalha na capital para atender pessoas com esse transtorno são os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). Unidades criadas para dar apoio não só as pessoas com transtorno, mais também as famílias que geralmente não conseguem lidar com esse tipo de situação. Em Porto Velho são três CAPS, sendo que um deles é destinado exclusivamente a pessoas que sofrem de transtorno causado pelo extremo uso de droga.
O trabalho vem obtendo um sucesso entre todos envolvidos, inclusive os próprios pacientes se reuniram e fundaram a associação dos usuários do CAPS.
“Essa associação irá lutar pelo direito e principalmente contra o preconceito sofridos sofrido pelos portadores de transtorno mental”, afirma José Dias de Souza, presidente da associação e paciente do CAPS.
Porém apesar de todo trabalho realizado pelo centro psicossocial, não existe alojamento para essas pessoas passarem a noite.
“Essas pessoas não precisam que sejam construídos grandes manicômios, o que é necessário é um local onde eles tenham um tratamento continuo e se sintam livres para tentar amenizar seus problemas”, afirma a coordenadora do CAPS, Sandra Cristina Arca.
A questão é que pessoas com transtorno mental que apresentam boas condições financeiras e apoio da família tendem a apresentar melhoras significantes, porém a grande maioria dessas pessoas não compartilham da mesma realidade e se vêem abandonadas pela família, descriminados e fora de todo um contexto social, por esse motivo muitas vezes chegam ao extremo do delírio mental. Mas os gestores precisam entender que essa questão não é apenas um problema de saúde, é sim uma questão que envolve setores sociais, administrativos, trabalhista, legais e varias outras extensões próprias de um cidadão “comum”.