O sistema de saúde pública, aqui e alhures, vai de mal a pior. Em Porto Velho, o caos começa pela rede municipal. Unidades como a policlínica Hamilton Gondim, no bairro Tancredo Neves, Zona Leste da capital, estão às moscas. Faltam médicos e medicamentos.
O atendimento no Gondim iguala-se, em termos de precariedade, desrespeito e incúria ao do hospital infantil Cosme e Damião. Por e-mail, um calejado jornalista, com muitos anos de janela, reclama do tratamento dispensado a pacientes pelo pediatra Emílio dos anzóis.
E cita como exemplo, o caso de uma senhora que, recentemente, levou o seu bebê àquele hospital. Segundo ele, o médico sequer examinou a criança. Simplesmente, mandou que a mãe procurasse uma policlínica.
No âmbito estadual, o troféu da negligência e da apatia vai para depósito humano em que se transformou o hospital estadual João Paulo II. Igualmente, ali, faltam médicos e remédios. As instalações são precárias e não há leitos suficientes para os pacientes, que ficam amontoados pelos corredores feito animais. Escusado falar dos paupérrimos salários pagos à maioria dos profissionais do setor.
A população humilde, que sobrevive de salário e, portanto, não pode pagar um plano de saúde, fica proibida de adoecer. A assistência médica ambulatorial (que é um dos deveres constitucionais do estado) escafedeu-se, foi para as calendas gregas.
Embora a Constituição Federal estabeleça, em seu artigo 196, que a saúde é direito de todos e dever do Estado, não é de hoje, porém, que a opção dos deserdados da saúde pública é morrer, somente morrer.
O quadro atual é, deveras, estarrecedor. Para mudá-lo, somente apelando aos céus, para o Deus dos desvalidos, dos abandonados, dos espoliados e enganados por políticos vira-casacas e parasitas, os quais, durante o período eleitoral, prometem saúde, educação e segurança pública de qualidade. Eleitos, passam a cuidar de seus privilégios menores, esquecendo-se das promessas de campanha.