A cidade de Porto Velho vem sofrendo constantemente uma especulação imobiliária absurda, preços enormes fora da realidade vêm sendo cobrados de formas muitas vezes abusivas. Apesar do tamanho da capital ser maior do que os estados de Sergipe e Alagoas, os preços dos imóveis sobem a cada dia e famílias inteiras estão ficando desabrigadas do dia para a noite.
Um exemplo que mostra essa condição é representado por uma pequena comunidade composta de cinco famílias, entre eles crianças e três mulheres grávidas.
De acordo com a comunidade, há mais ou menos um ano eles observaram que havia no bairro Tiradentes, avenida Raimundo Cantuária, algumas casas que seriam parte de um conjunto habitacional construído pela prefeitura de Porto Velho com verba do Governo Federal.
Porém essas casas já estavam com as obras paralisadas há mais de um ano e meio, só a estrutura da casa havia sido levantada, não havia piso, janelas, portas, banheiro e outros retoques provenientes da finalização de uma obra. Vendo o tempo em que a obra estava abandonada, essas pessoas que não tinham onde morar resolveram pegar seus pertences e entraram nas residências. Com eles existia o sonho de ter uma casa, de criarem suas famílias com dignidade e de representar algum papel dentro da sociedade.
AÇÃO JUDICIAL
Onze meses haviam se passado, muitas dessas pessoas já estavam começando a se habituar nas residências e de acordo com eles haviam finalizado as construções e começavam a presenciar a expectativa de um futuro melhor.
Porém eles haviam esquecidos que estavam em um terreno invadido, apesar de pertencer a um órgão público o local não era de propriedade legal deles e essa comunidade morava nas residências de forma ilegal.
Há exatamente uma semana uma ação judicial impetrada pela Prefeitura de Porto Velho solicitando a imediata reintegração de posse das casas invadidas.
“Foi uma situação de desespero, os oficiais chegaram invadindo as residências e dizendo que tínhamos que sair, funcionários da prefeitura chegaram para realizar o cadastro da gente para um programa de residências, porém eu mesma nunca tinha visto ninguém vir até a nossa comunidade realizar nenhum tipo de pesquisa para provar que não temos onde morar”, afirmou uma moradora da comunidade desabrigada.
Logo depois do devido processo de reintegração dos moradores a comunidade ficou sem ter onde dormir e todos foram alojados no ginásio poliesportivo “Duduzão”, localizado na avenida Jatuarana, zona Sul de Porto Velho.
Dentro do ginásio a incerteza domina a comunidade, três mulheres estão grávidas e as condições de moradias não são nada boas, não foi avistado nenhum tipo de segurança no local, e as famílias não tem até o momento nenhuma resposta da prefeitura sobre que rumo irão tomar.
“Essas pessoas não podem continuar vivendo dessa forma, aqui não é lugar de cidadãos ficarem, queremos um teto para poder contribuir com a sociedade e vivermos de uma forma decente, vamos lutar por isso na justiça”, afirmou Vanderlei Pereira de Azevedo, líder comunitário.
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