Os pais, alunos e funcionários da Escola Municipal Joaquim Vicente Rondon, do bairro Cohab Floresta, na pessoa do Conselho Escolar, estão revoltados pela forma arbitrária e desinteressada como está sendo conduzida a obra de reforma naquela instituição de ensino.
A obra faz parte do pacote de mais de sessenta e nove milhões de reais que ficou acordado como compensação social para a população da capital, através de convênio celebrado com a prefeitura de Porto Velho.
Na Escola Joaquim Vicente Rondon estão sendo gastos R$ 2.529.704,67 para a reforma e ampliação do prédio. Ainda segundo a assessoria da construtora, o projeto de construção é de autoria do município, cabendo ao consórcio a contratação e pagamento da empresa para o serviço.
Segundo membros do Conselho Escolar, composto de pais, alunos e funcionários, aquilo que parecia ser a realização de um sonho está se tornando um pesadelo sem precedentes, é que o investimento inicial de quase dois milhões e seiscentos mil reais, oriundo do fundo de compensação das obras das usinas de Jirau e Santo Antônio, deveriam ser aproveitados de maneira mais produtiva possível, mas, ao que parece, serão desperdiçados em uma obra que não procura atender as reais necessidades estruturais e funcionais dos dois mil e cento e sessenta alunos do estabelecimento de ensino.
Para o Conselho, a empresa que está realizando a construção da obra, a Ponto Técnico Construtora, age com intransigência e, se recusa a ouvir os apelos da Comissão de Pais e Alunos, que apontam várias falhas em desacordo eminente com a realidade dos alunos, que não respeitam os critérios básicos de infra-estrutura, que visivelmente a escola vai precisar.
Além disso, o próprio secretário municipal Pedro Beber, da SEMEPE, que tem a esposa do proprietário da Ponto Técnico Construtora, Sr. Luciano, como secretária adjunta, até recebeu o Conselho ainda em setembro e, até hoje não atendeu ou retornou as solicitações, reclamações e denúncias que os membros apresentaram.
A obra que tem como prazo de conclusão o mês de dezembro de 2009, ao que parece pode se tornar um verdadeiro cavalo de batalha se for constatado mais imperícias no feitio da reforma, segundo informações, o próprio Ministério Público pretende intervir, pois já andou autuando a obra em alguns erros detectados na construção.
PERIGO
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Altair Donizete (esq.) destacou as principais falhas do projeto inicial na reforma da escola. |
Na sua declaração ao Ministério Público, Altair Donizete, membro do Conselho Escolar, ressaltou o principal risco que os alunos estão expostos, que no projeto inicial, para o telhado é solicitada a distancia de 2,5m entre “tesouras”. Em total descumprimento ao projeto, à distância constatada na obra é de 3,60m, o que pode vir a causar um desabamento do teto nas crianças que lá estudam, e que não foram corrigidas até o presente momento.
O que mais preocupa o Conselho Escolar é que, em nenhum momento foram consultados, pois são os maiores conhecedores das mazelas que afligem o alunos em seu dia, nunca foi feita qualquer reunião com os mesmos para saber quanto a demanda da escola, quais aos anseios da comunidade ou quais o projetos que já estavam em andamento mesmo antes dos investimentos, e que foram desconsiderados e abandonados de lado pela construtora.
Obras essas que são essenciais para o bom funcionamento didático da escola como o Projeto “Mais Educação” e o projeto de expansão e duplicação das quadras poliesportivas.
Hoje, o principais ponto que apontam para futuros problemas para vida escolar dos alunos são o descaso no que diz respeito à climatização das salas, o escovódromo que possui apenas quatro torneiras para um contingente de 720 alunos por período, os beirais que estão sendo construídos sem calhas, sem passarelas de ligação cobertas para a época de chuva, um gabinete odontológico minúsculo e uma pista de skate que, segundo os pais de alunos não servirá para nada, pois os alunos não manifestam interesse nessa modalidade de esporte.
Segundo o próprio diretor da escola, Alexandre de Azevedo, que é o presidente do Conselho Escolar, existe um clima de existe um laudo exigido pelo Ministério Público onde a construtora apresenta as suas justificativas quanto às reclamações, porém, a mesma se recusa a fornecer o documento e age com indiferença quando é procurada por algum membro do Conselho.
A comunidade está se organizando e realizando um abaixo assinado para apresentar mais uma vez ao Ministério Público, na intenção de realizar as devidas reparações antes do término da obra.
*(Danny Bueno é Assessor de comunicação do STICCERO, porém a matéria tem o propósito meramente jornalístico e investigativo conforme confirmação das fontes e provas anexas a matéria composta).
CONFIRA DENÚNCIA PROTOCOLADA NO MINISTÉRIO PÚBLICO: