Mais uma obra paralisada pelo município de Porto Velho mostra a diferença do discurso e propaganda oficial dos gestores municipais em contraponto à realidade da educação na capital rondoniense.
Com uma debandada de professores das salas de aula em razão de achatamento salarial ( com total apoio e omissão do Sintero), a educação de Porto Velho está a mingua, padecendo da já conhecida incompetência gerencial dos atuais administradores.
Na tarde desta terça-feira, a reportagem tirou do fundo do mato, mais uma obra inacabada pela Prefeitura de Porto Velho. Obra que consumiu cerca de meio milhão de reais e está paralisada graças à falta de planejamento dos ordenadores de despesas.
Ao lado da Escola Joaquim Vicente Rondon, na avenida Jatuarana, na zona sul da capital, atrás de uma placa vermelha já desbotada pelo tempo, jaz abandonada a construção de um auditório e uma biblioteca. Com a construção semi-conclusa, pouco falta para sua finalização. Mas, assim como todas as obras que levam a assinatura de “Prefeitura de Porto Velho” está paralisada.
OUTRA REFORMA
Bem ao lado o esqueleto de concreto, a prefeitura faz uma reforma milionária no prédio da maior escola municipal do estado em parceria com o Consórcio que constrói a Usina de Santo Antonio. A referida reforma faz parte de um pacote de mais de 69 milhões de reais de compensação social para a população da capital pela construção das Usinas.
O projeto que recebe críticas do conselho escolar da referida escola, chama a atenção pelo valor, mais de dois milhões e quinhentos mil ( R$2.529.704,67 ), dinheiro suficiente para construir outra escola. Pelos números apresentados esta deve ser a reforma mais cara do Brasil em se tratando de escolas com mesmo número de salas.
Vale lembrar que por ser obra de compensação, com recurso privado, a cotação de preços, contratação e pagamento cabe ao consórcio da Santo Antonio Energia, não sendo teoricamente necessário todo o tramite exigido pela lei 8.666 que rege as contratações públicas.
ATENÇÃO
A obra paralisada é regida pelo contrato 073/PGM/2006 e tinha previsão de conclusão de 120 dias. A construção foi parcialmente executada pela Arca Construtora Ltda. Fica o alerta para o Ministério Público de Rondônia constatar se as referidas instalações do auditório e biblioteca não constam do novo projeto apresentado ao Consórcio para a reforma milionária. Desta forma, seria uma duplicidade, beneficiando a construtora que não terminou o serviço.