Fiocruz articula trabalho de expansão em Rondônia

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Foto: Divulgação

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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pretende iniciar, neste segundo semestre, a construção da sede de sua nova unidade em Rondônia – a segunda unidade da Fundação na Região Norte do país. De seis a oito de julho, uma comitiva da Presidência da instituição visitará Porto Velho para definir a data do lançamento da pedra fundamental do prédio da Fiocruz na capital e discutir contrapartidas nas esferas federal, estadual e municipal para a expansão da unidade no estado.
Na agenda estão previstos encontros com o governador do Estado, Ivo Cassol; com o prefeito da capital, Roberto Sobrinho; com o reitor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), professor José Januário de Oliveira Amaral; e com o diretor geral da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa) no estado, Vitor Ferreira de Souza. Fazem parte da comissão da Fiocruz o vice-presidente de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho, Romulo Maciel Filho, o procurador-chefe Antônio Mallet e a diretora administrativa Cristiane Sendim.
A Fiocruz começou a funcionar oficialmente em Porto Velho em junho deste ano, quando a Fundação incorporou o Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (Ipepatro), uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos e ligada ao Ministério da Saúde (MS). O Ipepatro foi fundado em 1999 pelo pesquisador e presidente da instituição, Luiz Hidelbrando Pereira da Silva. Com a transferência, o instituto tornou-se uma unidade descentralizada da Fiocruz, que é de direito público. Desde 2003, as duas instituições mantinham um convênio de cooperação científica resultando em vários trabalhos de vanguarda para a saúde nacional.
O Ipepatro atua na vigilância epidemiológica, na atenção primária à saúde e no desenvolvimento de novos fármacos para malária (com estudos de vanguarda), leishmanioses, arboviroses, hepatites virais, vírus de transmissões hídricas e microbiologia com ênfase nas diarréias virais e pediátrica. A nova unidade da Fiocruz publicou, em 2008, 18 artigos em revistas especializadas de renome internacional.  Em 2009, já conta com nove publicações importantes.
Além da pesquisa, o instituto realiza, em parceria com a Unir, o Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental, com conceito 4 na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), numa escala que varia de 3 a 7. Trata-se do único curso na área de saúde em Rondônia e o único experimental na Amazônia Legal. O mestrado foi iniciado em 2003 e o doutorado, em 2005. As turmas são regulares e o número de vagas varia anualmente. “Já formamos mais de 60 alunos no mestrado e um no doutorado. O próximo concluirá o doutorado em 13 de julho”, afirma o professor da Unir e diretor executivo da unidade da Fiocruz em Rondônia, Rodrigo Guerino Stábeli.
Expansão – A proposta da Fiocruz em Rondônia é que, em breve, seja feita uma reforma e realizada a construção de um prédio anexo da atual sede da Fundação, no Bairro Lagoa, em Porto Velho. No terreno de cinco mil metros quadrados, dos quais 610 metros quadrados de área construída, funcionam 13 laboratórios nas seguintes áreas: epidemiologia, epidemiologia molecular, genética humana, virologia, biotecnologia, bioquímica, microbiologia, entomologia, imunoparasitologia, cultivo de células, quimioterapia aplicada a doenças negligenciadas, imunoterapia por phage display, plataforma técnica de expressão e clonagem de proteínas, além de biotério.
Paralelamente à reforma e à construção na atual área de trabalho, a Fiocruz deve dar início às obras da futura sede, cujo projeto básico foi desenvolvido e doado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. A obra, que será um cartão postal na entrada de Porto Velho, ficará a um quilômetro do Centro de Medicina Tropicais de Rondônia, um dos únicos hospitais para doenças infecto-contagiosas da região, e do Centro de Pesquisas Médicas Tropicais de Rondônia (Cepem), onde a equipe do Ipepatro já desenvolve pesquisas aplicadas.
O futuro prédio será em um local estratégico: ao lado da Embrapa, parceiro da Fiocruz em estudos que envolvem doenças infecto-contagiosas que atingem humanos e animais; do Centro de Controle Epidemiológico do Ministério da Agricultura e do futuro pólo tecnológico da Unir e seu museu do meio ambiente. “A implantação da Fiocruz em Rondônia consolidará o esforço coletivo na geração de políticas de saúde e tecnologias em doenças tropicais e neotropicais já realizado pelos institutos de referência no estado – Ipepatro, Cepem e Unir – e também tem como proposta a inserção da Embrapa”, explica Stábeli.
A futura unidade da Fiocruz será erguida em um terreno de seis hectares, doado pela Unir em abril passado, por meio de cooperação técnica. No local, haverá uma área construída de cinco mil metros quadrados para abrigar 22 laboratórios, setor administrativo, anfiteatro, recepção, restaurantes, cantinas e espaço para exposições científicas com caráter didático para a população local. “Nossa intenção é fazer com que a comunidade fique mais próxima da ciência”, pontua Rodrigo.
O projeto executivo da obra ainda não está concluído, mas a previsão é que a construção custe em torno de R$ 12 milhões. Desse total, R$ 8 milhões já estão assegurados pelo programa Mais Saúde, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do MS, que prevê, ainda, aportes para outras futuras três unidades da Fiocruz no país, no Ceará, Piauí e Mato Grosso do Sul. Instituição centenária, a Fiocruz está sediada no Rio de Janeiro e possui unidades em Minas Gerais, Brasília, Paraná, Pernambuco e Bahia. Conta também com um escritório internacional em Maputo (Moçambique), na África.
O prédio em Porto Velho deve ficar pronto em três anos, após o início das obras. Mesmo com a nova sede, a estrutura do atual Ipepatro será mantida, com adaptações para pesquisa. Além da futura unidade, há um projeto para a construção de um condomínio residencial com até 12 casas para os pesquisadores da Fundação, como forma de estimular a presença de doutores na região, já que o custo de vida em Rondônia tem se elevado por causa das obras da hidrelétrica do Rio Madeira. Estima-se que a especulação imobiliária no local dure em torno de dez anos, segundo especialistas da região.
Funcionamento – Para colocar em funcionamento a estrutura da Fiocruz, deve ser realizado um concurso para a Fundação, com a contratação de, pelo menos, 24 pesquisadores. O Ipepatro conta, hoje, com 16 pesquisadores com doutorado e outros 18 com mestrado, num quadro funcional composto por 91 trabalhadores.
O orçamento e a missão da unidade ainda estão sendo discutidos. A Fiocruz em Rondônia deverá promover a inovação em saúde pública regional e nacional através de sua capacidade de inovação e monitoramento epidemiológico em áreas afetadas pela intervenção humana. “Conhecemos bastante todos os impactos provocados na saúde desta área com a construção da hidrelétrica no Rio Madeira, por exemplo”, esclarece Stábeli. Segundo ele, o posicionamento estratégico de Rondônia para os processos de desenvolvimento do país requer atenção para doenças relacionadas aos animais e à vegetação.
O diretor-executivo comenta, também, que a missão deverá contemplar o treinamento qualificado de técnicos e agentes de saúde, com cursos especializados, pesquisa, inovação básica e aplicada em doenças negligenciadas e crônicas, prevenção e tratamento, além da produção de novos fármacos a partir da biodiversidade amazônica. A missão deve ser aprovada em agosto próximo.

 

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