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Com a substituição da balsa pela ponte moradores temem o aumento de acidentes na Imigrantes e Jorge Teixeira.
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A questão da construção da ponte sobre o Rio Madeira poderá entrar na pauta de discussões da Câmara de Porto Velho, mas aparentemente os vereadores ainda não têm opinião formada a respeito do assunto, preferindo esperar o segundo semestre, quando deverá ser discutido um Plano Diretor para a capital. Os vereadores José Wildes e Jaime Gazola alegaram não ter uma posicão final a respeito, mas aguardam o Plano Diretor. Para Marcos Loks, morador do bairro Nacional, "político ficar em cima do muro e não ter opinião é comum".
Marcos disse que tem de usar a Avenida Migrantes (que com a Migrantes formam a área federalizada interligando as rodovias BR-364 e BR-319) para se deslocar, "correndo todos os riscos do enorme volume de caminhões, ônibus, carros de passeio e um enorme congestionamento”, observa. Segundo o morador do bairro Nacional, o pior é a ausência da prefeitura nesse debate, passando a idéia de que o prefeito nada tem a ver com os transtornos que teremos se essa ponte for construída no Balsa.
O funcionário federal Fernando Cavalcanti disse ter morado muito tempo em Porto Velho, e há mais de 15 anos no interior. “Imagine que com a ponte na Balsa vai ser comum empresários que atuam na área de transporte fluvial estabelecerem como locais de descarrego de suas cargas e troca de containeres em Humaitá, porque o acesso vai ficar mais fácil. E aí o tráfego de carretas vai continuar por dentro da cidade, mesmo com o anel viário. A prefeitura está na obrigação de tomar posição a favor da modernidade, e isso representa levar a ponte, pelo menos, para a região do Belmont".
O professor de História Emmanoel Silva também critica a prefeitura: "Apesar de ser uma obra importante para Porto Velho, e cuja localização vai influir diretamente no dia-a-dia da capital, é pelo menos estranho que a prefeitura não esteja se posicionando ao lado daqueles que defendem a construção dessa ponte em lugar distante do atual porto de atracação da balsa".
Para o comerciário Márcio Souza, residente no 4 de Janeiro, não é mais possível analisar a questão da localização da ponte apenas pelo aspecto de emendar duas pontas da BR-319. "Quem defende essa idéia não tem respeito nem quer o desenvolvimento de Porto Velho. Estão com a cabeça ainda no início da década de 1970, quando a rodovia foi aberta e o grande transporte dos moradores era a bicicleta, numa cidade que, no sentido norte, acabava na Avenida Pinheiro Machado", acentua Souza.