“...O aparelho de ser inútil estava jogado no chão, quase coberto de limos. Ouvem coaxos por ele dentro...”e dele reverberam vozes ferozes, apaixonadas e o que era inércia toma corpo, transcende às falácias de botequim e o inesperado: a apropriação da escrita! Antes, esquecida, temida. Direito exercido por uma minoria que não tem muito interesse em democratizá-la, pois é perigosa, pode subverter.
Parabéns, professor Nazareno, pelo sucesso na metodologia aplicada; há muito um texto local não era tão dialetizado... e no muque.
Agora, maninhos, sem ufanismos, vamos analisar algumas falas do texto que gerou a caça ao bruxo: Alguém sabe explicar o motivo do nome da festa ser Flor do Maracujá? Nem eu. De fato, não conheço plantação de maracujá por estas bandas que mereça o nome do maior festejo popular da cidade. Vamos renomear esta festa! Que tal Flor do Cupuaçu? Mandem sugestões. Traficante que se vicia e prostituta que se apaixona pelo cliente nos torna tão brasileiros quanto a contribuição dos nossos políticos nesta empreitada. Aliás, eles fizeram um doutorado em cinismo: gastar dinheiro público para divulgar a falta de competência é digno de doutorado.
É fato que a construção desastrosa das Usinas independia do cidadão comum. Quem irá se importar com um estado submisso ao desmando de migrantes que fizeram fortuna nesta terra inóspita devastando o meio ambiente? Logo, devemos assegurar a vida moderna do cidadão brasileiro, pois ainda somos co-cidadãos.
A verdade é dolorida, mas é necessário sair caverna, aclarar o pensamento e se questionar: Cadê os revoltosos do PT? Infelizmente, estão calados, submissos aos cargos dentro de alguma secretaria, fantasiados de funcionários públicos. Não lhes é permitida a tecitura de um texto ácido como o analisado. Restam-lhes as falácias de boteco.
Além do objetivo de provocar a escrita, o texto do professor Nazareno merece respeito porque, ao contrário da leitura superficializada, é uma declaração de amor. Só criticamos o que desejamos melhorar. O fato de ser sujeito e cidadão desta terra, do excelente serviço que presta ao magistério local lhe atribui autoridade discursiva.
Depois da fúria, leitor, você conseguiu ler o último parágrafo do texto? “Dinheiro que poderia ter sido empregado na área da saúde, saneamento básico ou outra área qualquer”. Alguém discorda da sugestão do autor?
Continuem escrevendo! Vamos extrapolar as possibilidades de leitura do texto do Nazareno! Vejam, a intimidade com o texto trouxe proximidade com o autor que não conheço, mas de acordo com uma amiga: O importante é a obra.
Bom, sou beradeira, de São Carlos, pertinho de Calama. Conhece, professor? Formada em Letras e – ops! – sei escrever (rsss). Mas a necessidade de publicar foi motivada pelo seu texto. Inté e obrigada.
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