Pacientes, bioquímicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem denunciam falta de medicamentos, reagentes químicos nos laboratoriais, filas quilométricas, vazamento e infiltrações dentro de enfermarias nos postos de saúde e policlínicas da prefeitura de Porto Velho. As denúncias atingem a policlínica Hamilton Godin e o posto Ernandes Índio, instalados nos bairros Tancredo Neves e Esperança da Comunidade, respectivamente.
Os denunciantes afirmam que exames de sangue, hemograma completo, VDRL, TGP, TGO e outros não estão sendo feitos por falta de reagentes químicos nos laboratórios. “Fazem exame de urina do tipo EAS (espécies anormais por série)”, disse uma paciente. “Por que faltam medicamentos e reagentes pagos pelo Sistema Único de Saúde - SUS? A falta de medicamentos é a doença da saúde municipal”, questionam pacientes que dormiram no posto de saúde esperando distribuição de senhas para atendimento médico.
RAIO X E ULTRA-SONOGRAFIA
Outra denúncia é contra a suspensão dos exames de raio-X e ultra-sonografia. Centenas de pacientes fazem estes exames na policlínica estadual Oswaldo Cruz e ao Hospital de Base.
DIRETOR “DESMENTE” DENÚNCIAS
O administrador hospitalar e novo diretor da policlínica Hamilton Godin, José Maria França Lima, desmentiu parcialmente as denúncias dos pacientes. “Faltam alguns medicamentos porque a população está sendo atingida por um surto de virose. A falta de reagentes no laboratório é verdadeira. Mas nas próximas vinte e quatro horas todos os exames serão realizados. Essas deficiências acontecem porque a administração anterior não fez o planejamento necessário. Os exames de raio-X não estão sendo feitos porque os equipamentos sequer foram instalados”, disse.
França disse que não houve interrupção das ultra-sonografias. “Todos os dias uma média de vinte pacientes faz este exame. Alguns pacientes, inclusive de municípios do interior, querem atendimento imediato, o que é impossível. Pacientes que fazem exames em clínicas particulares também enfrentam filas, esperam horas, mas querem rapidez numa policlínica que atende mais de 700 pacientes todos os dias”, disse.
VAZAMENTOS E INFILTRAÇÕES
França confirmou as denúncias de existem infiltrações, vazamento de água dos aparelhos de ar-condicionado e goteiras dentro de enfermarias da Hamilton Godin.
“Essa denúncia também é verdadeira. A reforma ou reconstrução desta policlínica não foi concluída e nem a obra foi entregue à prefeitura. A Secretaria Municipal de Saúde está acionando a construtora para correção dos defeitos na construção. Existem goteiras no telhado e infiltrações no prédio. Estou há dez dias na direção desta unidade e se não conseguir resolver todos os problemas deixados por antecessores ou causados por ineficiência de terceiros, vou embora, entrego o cargo”, concluiu França. (A/J)