Após uma semana de estudos e acalorados debates, no início da noite de sexta-feira (23) o prefeito em exercício, Emerson Castro, bateu o martelo e estipulou em R$ 2,30 a nova tarifa do transporte coletivo urbano, que passa a vigorar a partir do dia 1º de fevereiro. O último reajuste autorizado pela prefeitura ocorreu no início de 2007. O Sindicato das Empresas de Transporte (SET) pedia R$ 2,60. Segundo a planilha de custos apresentada pelas empresas, para repor as perdas acumuladas ao longo dos dois últimos anos sem reajuste, a tarifa não teria como ser menor que R$ 2,59.
Empresas terão de oferecer 40 ônibus novos, todos com acessibilidade, além de outros compromissos
O Sindicato empresarial argumentou que nestes dois últimos anos sofreu dois aumentos no preço do óleo diesel, teve de conceder reajuste salarial aos funcionários em 2007 e 2008, sempre em índices acima da inflação, como tem sido a prática determinada pelo governo Lula, e ainda enfrentou o aumento de preço em várias peças de reposição e manutenção.
Diante da argumentação das empresas, e com base nas planilhas apresentadas, o Conselho Municipal de Transporte (Contrans) – organismo recém empossado, que congrega o poder público e a sociedade, por meio de representantes de entidades de defesa dos moradores, dos idosos, dos portadores de necessidades especiais e dos estudantes – admitiu que seria possível fechar a negociação com a tarifa estipulada em R$ 2,40. O prefeito em exercício considerou, entretanto, que mesmo a R$ 2,40, a tarifa pesaria muito no bolso do trabalhador. Ele insistiu que seria possível reduzir um pouco mais e acabou fixando o valor de R$ 2,30.
Na comparação final, as empresas tiveram reajustes que oneraram seus custos em 25%, enquanto que o reajuste da tarifa ficou na casa dos 15%. Somente o representante dos estudantes não aceitou nenhuma das propostas. Ele queria não tivesse reajuste nenhum, o que já era previsto mais como bandeira de luta, que como reflexão racional numa mesa de negociação.
Contrapartida
Em contrapartida ao reajuste autorizado, as empresas se comprometeram com três obrigações: terão de renovar a frota com mais 20 novos ônibus neste primeiro semestre e mais 20, também novos, no segundo semestre. Uma exigência repassada a Emerson Castro pelo prefeito Roberto Sobrinho, é de que todos os 40 ônibus garantam a acessibilidade, isto é, que venham com equipamento que facilita o acesso de cadeirantes e que ofereçam mais conforto aos usuários.
Além disso, as empresas terão ainda que construir um Terminal para usuários na rua Euclides da Cunha.
Por fim, se obrigam também a instituir a tarifa social por meio do projeto Linha da Família, que funcionará aos domingos. Por meio deste projeto, serão implantadas linhas nas zonas Norte, Sul e Leste da cidade (uma em cada) que fará um percurso passando pelos pontos turísticos do centro até o Parque Municipal, que será inaugurado agora em fevereiro, ao lado do Shopping, na avenida Calama.
O usuário que utilizar a Linha da Família vai pagar meia tarifa. “Com isso a família poderá passear pela cidade, passar o dia no Parque da Cidade, visitar parentes, tudo a um custo menos”, explica Emerson Castro.