Porto Velho -- Uma audiência marcada para esta quarta-feira (21), às 11 horas da manhã, na Segunda Vara da Fazenda Pública, em Porto Velho não deve acontecer pelo fato do prefeito Roberto Sobrinho não ter sido intimado judicialmente. De acordo com a Associação de Preservação do Patrimônio do Estado, o prefeito estaria fugindo do oficial de Justiça para evitar a intimação. A audiência vai tratar do futuro da área onde anteriormente ficava o Cemitério da Candelária, que foi devastada pela prefeitura para a construção de casas populares.
A ação foi impetrada em julho do ano passado, pela Associação de Preservação e pelos Amigos da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. "O prefeito de Porto Velho, sem qualquer respeito aos filhos dessa terra e também por aqueles que aqui escolheram para viver, desfigurou o patrimônio do Estado, devastando esse cemitério para construir casas populares. Parafraseando o jornalista Nelson Townes, o cemitério é um 'bosque sagrado da Candelária, lugar sagrado, histórico e acima de tudo místico'", disse Maíra Banchieri, presidente da Associação.
No local foram sepultados trabalhadores de 52 nacionalidades, entre 1907 e 1912, que morreram por endemias diversas.
Na ação popular movida pela Associação e pelos Amigos da EFMM, é pedido uma liminar para que as obras sejam imediatamente paralisadas, uma vez que o local é foi tombado pelo Patrimônio Histórico da União.
"O problema é que entramos com a ação em 2008. Já participamos de duas audiências, que foram remarcadas. Nesse meio tempo, as obras continuam e o cemitério está sendo cada vez mais destruído", desabafou Maíra.