O trabalho científico “O Rio e os Tempos: Reflexões sobre a colonização e as questões ambientais do Vale do Madeira entre os séculos XVII e XXI”, de autoria do professor Marco Antônio Domingues Teixeira, é um dos destaques da segunda edição da Revista Eletrônica Saber Científico, da Faculdade São Lucas. O objetivo do estudo, segundo o autor, é fomentar uma reflexão sobre as relações dos homens com o mundo natural no meio amazônico, mais exatamente a partir do rio Madeira e das sociedades que se fixaram em suas margens.
“Procuramos estabelecer uma visão de amplo espectro sobre as relações entre as populações colonizadoras das margens do rio Madeira e a relação estabelecida entre os homens e o rio em todos os processos históricos desencadeados pelos povos e sociedades que ocuparam as margens desse rio”, diz o professor. O trabalho apresenta as mudanças e permanências sofridas pelo rio a partir das diversas ocupações humanas em suas margens, em função da diversidade das explorações dos recursos naturais e dos modelos econômicos a ele vinculados. “O rio Madeira é, de forma inequívoca, o elemento mais constante e importante em todos os processos e projetos de ocupação, colonização e exploração da região”, salienta o pesquisador.
Marco Antônio Domingues Teixeira elaborou o estudo com o propósito de induzir à reflexão sobre as relações históricas e socioambientais que marcaram a formação das sociedades das margens do rio Madeira. Segundo ele, a história ambiental procura oferecer aos homens do início do século XXI elementos capazes de viabilizar estudos, análises e reflexões sobre as relações históricas do homem com o meio natural, contribuindo para o enriquecimento de um debate que, até há pouco tempo, era restrito às Ciências Biológicas e Ambientais. “Nesse contexto, devemos nos lembrar que a História da Amazônia é, em essência, uma fonte inesgotável e, ainda, razoavelmente inexplorada, para o trabalho de historiadores ambientalistas, e o rio Madeira apresenta-se como o elemento natural mais constante em todos os textos, narrativas e imagens que tratam da história local”, acrescenta.