Em oito dias, o senador Expedito Júnior (PR/RO) recebeu por duas vezes em seu gabinete, em Brasília, um grupo de camponeses que foi vítima do massacre de Corumbiara, em Rondônia, durante ação de reintegração de posse da fazenda Santa Elina, em 1995. Hoje pela manhã, dez integrantes da comitiva que está acampada na Esplanada dos Ministérios solicitaram apoio do senador para que interceda junto ao Governo Federal na tentativa de conseguirem receber indenizações prometidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Expedito Júnior foi à tribuna do Senado na tarde de hoje e pediu apoio à Mesa da Casa no sentido de interceder junto ao presidente Lula para que receba representantes dos cerca de 50 trabalhadores rurais vítimas do massacre de Corumbiara. “É um pedido justo e pacífico que fazem esses que já sofreram muito e esperam ser, agora, lembrados pelo Governo Federal”, afirmou.
O senador também apelou ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, para que não retire dos camponeses do terreno em frente ao Congresso Nacional e autorize a permanência dos posseiros enquanto aguardam audiência com o presidente Lula ou com representantes do governo. A Polícia Militar do DF informou que fará a desocupação da área amanhã.
Durante o discurso no Senado, Expedito Júnior lembrou que Lula fez compromisso durante a campanha para resolver o impasse da indenização das vítimas e familiares dos mortos. Pelo menos 16 pessoas morreram no massacre na madrugada do dia 9 de agosto daquele ano, quando foram surpreendidas com a chegada de homens armados que mataram e torturaram homens, mulheres e crianças.
Wender Francisco de Assis, que integra o comitê de apoio às vítimas do massacre, disse ao senador que o grupo pretende fazer um ato público em Brasília em protesto pelo não-pagamento das indenizações. E avisou que só sairá da capital da República tão logo o presidente os receba. “Já estamos em Brasília há 15 dias, em situação precária. Precisamos do empenho do Governo Federal para resolver essa questão”, disse.
O senador Álvaro Dias (PSDB/PR), que presidia a sessão do Senado no momento do discurso de Expedito Júnior, também apelou que o presidente Lula receba a comissão para tratar do assunto.
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