A violência desenfreada contra a mulher no País foi um dos temas abordados pela vereadora Ellis Regina durante seu pronunciamento na Câmara Municipal de Porto Velho.
“Hoje, o País registra quatro feminicídios por dia. É um índice alarmante que precisa ser contido. Precisamos garantir a sobrevivência das mulheres”, afirmou a vereadora.
De acordo com Ellis Regina, “infelizmente, ainda há pessoas que não aceitam o fim do relacionamento, o empoderamento feminino, ou qualquer forma de destaque da mulher. Algumas pessoas ainda não conseguiram assimilar que a mulher tem direito ao emprego, ao estudo e, principalmente, direito à vida”, concluiu.
O pronunciamento da vereadora funciona também como um convite à Casa de Leis para as lutas que o Movimento das Mulheres irá encampar a partir de 2026 no Brasil. A mobilização deverá ter como foco principal o protagonismo político e o combate à violência, em um ano que também será marcado por importantes eventos e metas institucionais relacionadas ao gênero.
Ao finalizar seu discurso, Ellis destacou que a Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal de Porto Velho, da qual ela é presidente, está imbuída na busca por parceria com “os homens em prol da vida das mulheres”.
“Isso para a gente é muito importante. Quero pedir aqui a todos os homens que façam a linha de frente nesse movimento. Aqui no parlamento só existem de mulher, eu e a vereadora Sofia. Precisamos muito que vocês, homens, se juntem à nós nessa verdadeira cruzada contra a violência doméstica”, disse a vereadora.
Dados Alarmantes
Dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Ministério das Mulheres revelam:
• Feminicídio: Em 2024, o Brasil registrou 1.492 vítimas de feminicídio, um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior.
• Local e Autoria: Cerca de 64% desses crimes ocorrem dentro de casa, e a maioria das vítimas é morta por parceiros ou ex-parceiros íntimos.
• Perfil Racial: Mais de 60% das vítimas de feminicídio no Brasil são mulheres negras.
• Outros Crimes: Além dos feminicídios, o Brasil registrou um total de 71.892 casos de estupro de mulheres em 2024, uma média alarmante de 196 casos por dia.
Organizações de direitos humanos destacam que o problema é sistêmico, muitas vezes enraizado em valores machistas e na falta de políticas públicas eficazes, o que impede um progresso mais rápido no combate à violência contra a mulher.