Chega ao fim neste sábado(30), a “Operação São Cristóvão”. Barreira instalada na BR 364, km 130, sentido Porto Velho/Guajará-Mirim, na localidade denominada Embaúba. Instalada no final do ano passado, a operação tinha como principal finalidade o combate ao crime organizado que é financiado pela máfia boliviana. A operação contava com a participação efetiva de policiais civis e militares, sob a coordenação da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesdec).
Durante este período, os índices positivos da barreira policial ganharam a simpatia do cidadão rondoniense. Foram diversas apreensões de drogas, totalizando aproximadamente cerca de 600 quilos de pasta base de cocaína.
Foragidos da justiça e contrabando também foram combatidos pela operação, que se notabilizou com a apreensão de carros e motocicletas que estavam sendo enviadas para a Bolívia para abastecer o mercado daquele país.
Com a “São Cristóvão” os índices de roubo e furto de carros e motos em Porto Velho caíram a índices antes inimagináveis.
BARREIRAS SATURADAS
De acordo com o secretário de segurança pública, Evilásio Senna, a operação não chegou ao fim, somente dará um tempo até definirem outro ponto estratégico na BR, pois o local já é conhecido e ficou saturado.
“Os infratores criaram outras rotas para fugir da barreira, inclusive com fuga pelos rios. A equipe já está estudando um novo local para a instalação da barreira que não pode ser divulgada por enquanto”, afirmou Senna.
O secretário afirmou ainda que além da barreira na região da fronteira com Guajará-Mirim, serão montadas mais duas barreiras fixas, sendo uma no Cone Sul do estado e outra na região central. Para dar apoio a essas barreiras, serão disponibilizadas equipes móveis.
“Já estamos em processo de licitação, onde estamos adquirindo novos veículos e lanchas com motores potentes, entre 120 e 130hp para facilitar o trabalho das equipes móveis na captura dos foragidos”.
Segundo Sena em até 20 ou 30 dias, a operação deve recomeçar.
FUNCIONAMENTO
A operação estava montada de forma precária, mas os resultados foram extremamente benéficos. Uma equipe de policias militares da COE – Comando de Operações Especiais com cerca de 10 homens davam suporte aos outros 10 policiais civis que estavam na operação.
Um delegado, um escrivão e oito agentes de polícia completavam o time que estava defendendo a cidade dos criminosos a mando das quadrilhas de bolivianos. Na estrutura física da operação, uma barraca de lona, dois trailers, um rádio de comunicação e duas viaturas foram suficientes para praticamente acabar com as incursões dos marginais internacionais.
FURTO E ROUBO
Informações levantadas pela reportagem dão conta de uma redução dos roubos e furtos de veículos em Porto Velho.
Nas motocicletas o índice caiu 60% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nos carros, a queda foi ainda maior, com 75% de redução de delitos do gênero na capital. Isso considerando a quantidade de veículos que acabam retornando aos seus donos após a ação de furto ou roubo.
Em compensação, Ariquemes e Vila Nova do Mamoré tiveram uma explosão de furtos e roubos de veículos. Em Ariquemes, os marginais a serviço dos bolivianos abriram a rota via Buritis/Vila Nova.
Em Nova Mamoré, em razão de sua proximidade com a fronteira, as motocicletas praticamente desapareceram da cidade, roubadas a mão armada e com morte de cidadãos de bem. Todas foram enviadas para a Bolívia, país que regulamentou a receptação de produtos furtados no Brasil.
FIM
Com todos os benefícios para a capital do estado, que durante cinco meses ficou mais tranqüila no quesito roubo e furto de veículos, a operação chega ao fim neste sábado (30).
As barracas estão sendo desmontadas. Os trailers rebocados para seus locais de origem. Os policiais estão sendo remanejados de volta para suas delegacias e quartéis de origem.
Umas das explicações dadas para o fim da operação São Cristóvão seria o custo das diárias pagas aos policiais. Para a Civil, os valores somam cerca de R$ 15mil por mês. Na PM, os valores seriam de aproximadamente R$ 10 mil.
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