Se o governo não editar medida provisória até o próximo dia 15, os militares não receberão aumento no próximo mês. Essa informação foi repassada pelo senador Expedito Júnior (PR/RO) durante pronunciamento no plenário do Senado. O parlamentar reclamou da demora das negociações entre militares e governo, que há seis meses discutem o reajuste dos soldos. Para o senador, a proposta ainda não é ideal, uma vez o aumento será aplicado, na totalidade, em 2010.
Expedito Júnior comentou também sobre a defasagem da remuneração dos militares e o sucateamento das Forças Armadas. "O que se observa é que sucessivos governos não enxergam as Forças Armadas como instituição da maior importância, dando ênfase a políticas que pouco se importam com o domínio do Território Nacional", afirmou. O senador defendeu a criação de uma política de reaparelhamento militar.
Expedito Júnior citou que vários países têm investido no reequipamento de suas Forças Armadas, como é o caso da Venezuela. Para ele, é necessário que o Brasil também reequipe suas Forças. "Principalmente em razão das questões ligadas às nossas fronteiras em regiões críticas, como as vizinhas ao território controlado pelas Farc, ou as terras destinadas a reservas indígenas ao longo de nossa fronteira amazônica norte", destacou.
O senador também criticou a junção de três ministérios das Forças Armadas em um só,quando houve a criação do Ministério da Defesa. "Se for assim, a permanecer essa aparente política de desprestígio das Forças Armadas, com atenção do Ministério da Defesa mais destacada para os aeroportos brasileiros e a crise aérea, melhor seria retornar aos antigos Ministérios separadamente, que era um modelo que funcionava adequadamente", disse.
O senador voltou a cobrar acordo com o líder do Governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB/RR) sobre o reajuste dos soldos dos policiais militares dos ex-territórios, que deverá ser concedido na mesma medida provisória.
Expedito Júnior recebeu apartes dos senadores Mão Santa (PMDB/PI) e Epitácio Cafeteira (PTB/MA).