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* Cena do filme "Vidas Secas"
* Um dos precursores do Cinema Novo e cuja trajetória se confunde com a própria história do cinema brasileiro, quatro grandes filmes do cineasta Nelson Pereira dos Santos serão exibidos ao grande público durante o III CINEAMAZÔNIA – Mostra de Cinema e Vídeo Ambiental.
* Uma das mais consagradas obras da literatura do país, “Vidas Secas”, lançado em 1963, tornou-se um dos clássicos do cinema brasileiro. Com direção e roteiro de Nelson Pereira dos Santos, mostra a saga da família de retirantes, Fabiano, Sinha Vitória, o menino mais velho, o menino mais novo e a cachorra Baleia, que, pressionados pela seca, atravessam o sertão em busca de meios de sobrevivência. Ganhou o prêmio OCIC e o prêmio dos Cinemas de Arte em Cannes em 1964 e, recentemente, foi o único filme brasileiro indicado pela British Film Institute como uma das 360 obras fundamentais para constar em uma cinemateca. Ótima reflexão em tempos de seca na Amazônia.
* Outro grande filme do cineasta que será exibido durante o III CINEAMAZÔNIA – Mostra de Cinema e Vídeo Ambiental é “Meu Compadre Zé Keti”, curta metragem que retrata a vida do músico Josué Vale de Jesus – Zé Kéti, companheiro do compositor Ìndio e de Pixinguinha. Autor de um dos maiores sucessos do samba, “A Voz do Morro”, que ao lado de “Leviana”, também de sua autoria, foram incluídas no filme Rio, 40 graus de Nelson Pereira dos Santos. Zé Kéti teve suas composições gravadas por grandes nome da MPB, como Paulinho da Viola, Zé Renato e Marisa Monte.
* “Memórias do Cárcere”, de 1984, trata de forma densa e comovente da condição humana, através de um tom sexo e direto, retratando com maestria o livro e a experiência pessoal de Graciliano Ramos como preso político da ditadura varguista. Retratando de forma metafórica a sociedade brasileira através do espaço exíguo do cárcere, nela encontram-se a classe média militar, o jovem, a mulher, o negro, o nordestino, o sulista, o ladrão, o homossexual. No filme, artistas reconhecidos como Carlos Vereza, Glória Pires, Jofre Soares, José Dumont, Nildo Parente, Wilson Grey, Tonico Pereira e Ney Sant.
* Finalizando a homenagem a Nelson Pereira dos Santos, será exibido durante o III CINEAMAZÔNIA – Mostra de Cinema e Vídeo Ambiental outro grande trabalho do cineasta, “Raízes do Brasil”, cuja melhor definição é de Chico Buarque de Holanda: “É um belíssimo filme caseiro”. Documentário que retrata a vida e a obra de Sérgio Buarque de Hollanda, um dos principais intelectuais do Brasil no século XX e autor dos livros "Raízes do Brasil" e "Visões do Paraíso". Dividido em duas partes, o filme mostra desde o cotidiano de Sérgio, incluindo o modo como interagia com a família e amigos, até um panorama cronológico de sua época, em que lidou com o nazismo, os anos de Getúlio Vargas no poder e a ascensão do movimento modernista no Brasil.
* A exibição dos filmes e a homenagem a Nelson Pereira dos Santos acontecem durante o III CINEAMAZÔNIA – Mostra de Cinema e Vídeo Ambiental, de 16 a 19 de novembro em Porto Velho, Rondônia.