*O agente penitenciário Aderbal França da Costa procurou a reportagem do RONDONIAOVIVO para desmentir o que foi registrado no boletim de ocorrência e divulgado na mídia no fim de semana, onde o apenado Dário Carlos de Lima, quando recapturado na última sexta-feira, 14, por uma guarnição da Polícia Militar, havia dito para os policiais que a quantia de R$ 50.000 (
cinqüenta mil reais) dada para a facilitação de fuga no Presídio Urso Branco (
envolvendo latrocida Birrinha), fora entregue a agentes penitenciário, inclusive citando o nome de Aderbal.
*No B.O. (
de nº 3733/2006) registrado pelos policiais militares na Central de Polícia, logo após executarem a recaptura de Dário, fora relatado que o mesmo estava acompanhado de Júlio da Silva Barbosa, seu “segurança”, ambos pegos com uma motocicleta C-100 Biz (
placa: NCK-8346), preta, e que na abordagem Dário tentou fugir, mas caiu e se machucou, o que justificou os seus ferimentos.
*Na ocasião da prisão de Dário, segundo matéria publicada no Diário de Amazônia nesse domingo (
16), a informação “vazou” via rádio da PM (
supostamente acionado por acidente), que o mesmo confirmara que o dinheiro foi passado para o agente penitenciário Aderbal.
*Aderbal França da Costa disse que trabalha há quase dois anos no Presídio Urso Branco e que só executa a escolta dos presidiários. Ele confirmou que o seu acesso com os presos se dá somente na hora de conduzir os apenados para a Vara de Execução, e ainda assim segue uma série de trâmites de segurança interna do presídio. Uma vez fora do presídio Aderbal conduz o apenado sob a escolta da Polícia Militar. Aderbal ressaltou que o depoimento dado por Dário ainda dentro da Central de Polícia, momentos depois de ter sido recapturado, desmente os “fatos” descritos pelo Boletim de Ocorrência.
*Na mesma sexta-feira, 14, após sair da Central de Polícia, Dário foi conduzido à Vara de Execuções Penais, e diante do juiz substituto Adriano Lima Toldo e do promotor Hildon de Lima Chaves, conforme registro nos Autos da Execução Penal nº 501.1999.004742-0-001, ele fez uma série de denúncias que refutam não só a ação dos policiais militares na ocasião de sua recaptura como também sobre a propalada propina de R$ 50 mil para a facilitação de fuga no Urso Branco.
*Nos Autos estão descritas as seguintes denúncias de Dário -
Sobre a fuga e a propina: “
(...) Que pularam o muro que dá para a estrada na frente da Casa de Detenção; Que havia um policial militar em uma das guaritas, sendo que o depoente acha que o mesmo estava sendo (sic) dormindo (...)”. Prossegue Dário em seu depoimento:
“(...) Que foi o apenado “Chicão” que disse ao depoente que tinha um “esquema” para fugir e custaria R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais), sendo que o depoente deu R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nas mãos do referido apenado. Que o depoente não sabe como iria ocorrer o tal “esquema”.
Sobre a coação da PM para acusar os agentes de terem recebido a propina:
“(...) Que os Policiais Militares que fizeram a condução do depoente até a Central de Polícia agrediram fisicamente o depoente com coronhadas e até com uso de arma branca (faca), obrigando-o a dizer que a fuga teria sido facilitada por agentes penitenciários, sendo que o nome do citado no Boletim de Ocorrência foi o que o depoente se lembrou na hora (...).”
*O agente Aderbal França, indignado por seu nome ter sido citado no B.O., inclusive em matérias publicadas na mídia local, disse ainda que não sabe por que Dário citou o seu nome, mas como ele trabalha na conduta de presos, alega que o presidiário “não vai com a sua cara”.
*Aderbal ressaltou ainda que durante a rebelião no Presídio Urso Branco, no domingo, quando Dário estava à frente das negociações, representando os amotinados, ele confirmou na frente do diretor geral do presídio, Joel Araújo, do gerente do sistema penitenciário, Luiz Pereira Rodrigues, e do presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Airton Nascimento, tudo o que disse no seu depoimento dado na Vara de Execuções Penais na última sexta-feira.
*As denúncias apresentadas por Dário na Vara de Execuções Penais serão apuradas junto às corregedorias da Polícia Militar e SEAPEN.
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