Embrapa/RO pretende consultar 500 produtores de leite para manejo sanitário dos bovinos
*Legenda: Cuidados na ordenha evita mamite e aumenta o lucro do produtor
*Até maio, cerca de 500 produtores de leite na região central do estado de Rondônia serão entrevistados com objetivo de detectar problemas e limitações relativas ao manejo sanitário. Os questionários, que estão sendo aplicados a partir do inicio deste ano, fazem parte de um projeto aprovado em 2005 pela Embrapa Rondônia (Porto Velho-RO) junto ao CNPq, o qual visa à melhoria das condições sanitárias do rebanho bovino e conseqüentemente um leite de qualidade superior. Pretende-se com este projeto, diz o coordenador e técnico da Embrapa Rondônia, Websten Cesário da Silva, diagnosticar o manejo sanitário utilizado pelos produtores de leite junto ao rebanho bovino. O projeto, que tem duração de 18 meses, é uma parceria da Emater-RO, Secretaria de Agricultura do Estado-SEAPES, SEBRAE e do INCRA, através do Programa de Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária – ATES.
*O diagnóstico será feito com base em dados coletados por meio de entrevistas feitas junto aos agricultores familiares com a aplicação de um questionário específico. As entrevistas estão sendo feitas pelos técnicos do ATES e da Emater-RO nos municípios de Jaru, Ouro Preto d´Oeste, Presidente Médici, Ji-Paraná e Rolim de Moura.
Com base nestas informações, diz o coordenador, serão traçadas estratégias, junto com os parceiros do projeto, para a transferência de tecnologias que sejam mais apropriadas aos pequenos produtores de leite, visando a melhoria da qualidade de sua produção. Como conseqüência a disponibilização de um leite de melhor qualidade a população, enfatiza Cesário.
*Além do diagnóstico, serão feitas coletas de leite para análise de mastite ou mamite no laboratório de sanidade animal da Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A mastite é considerada a doença que mais onera a produção de leite, acarretando graves prejuízos econômicos aos produtores e à indústria leiteira. Cesário ressalta que muitos produtores ainda não estão preocupados com esta doença, mas quando está presente no rebanho acarreta redução na produção de leite de até 50% chegando ao comprometimento da teta da vaca, descarte do leite das vacas tratadas, depreciação da qualidade nutritiva, além de gastos com medicamentos. Também está proposto no Projeto o controle estratégico de carrapatos, através da coleta das fêmeas, onde serão realizados testes in vitro para avaliação do grau de resistência aos princípios ativos acaricidas de diferentes grupos farmacológicos disponibilizados no mercado nacional. Com esta ação, explica Cesário, será possível a determinação das épocas mais favoráveis para o início do controle estratégico, que possibilitará o uso mais racional de drogas acaricidas utilizadas para o combate ao carrapato, minimizando tanto a contaminação química do leite quanto a ambiental. Com tudo isso, busca-se com este projeto, além da melhoria da qualidade do leite, uma maior interação entre a pesquisa agropecuária, extensão rural e do agricultor familiar.