A caminhada começa neste sábado, quando a bola sobe para a Copa América do México, na cidade de Xalapa
Foto: Divulgação
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Após o vexame da equipe masculina, eliminada ainda na primeira fase da Copa América e dependente de um convite para jogar o Mundial, a Seleção Brasileira feminina de basquete tem uma grande missão pela frente: trilhar um caminho diferente do seguido pelos homens e conquistar a vaga para a Copa do Mundo da Turquia, em 2014. A caminhada começa neste sábado (21), quando a bola sobe para a Copa América do México, na cidade de Xalapa.
Sob o comando do técnico Luiz Augusto Zanon, o Brasil estreia contra Porto Rico, às 20h30 (de Brasília), e chega ao torneio com o status de atual campeão. Apesar disso, o treinador do esquadrão verde-amarelo não acredita que a situação vá atrapalhar o desempenho da equipe.
“É um processo novo. Mas isso (ser o atual campeão) não muda nada. É um grupo muito jovem. É um plano que a gente falou. Mas a gente está em uma competição para ganhar. Não tem pressão e cobrança. Queremos dar maturidade a essas jogadoras. Temos um objetivo como grupo”, disse Zanon, em entrevista por telefone à Gazeta Esportiva.net. “A gente espera ganhar o título, a vaga. Não estamos trazendo nada da antiga Copa América. A gente quer buscar a vaga para o Mundial. Estamos em um processo de reformulação”, continuou.
Passando por um período de renovação, a Seleção Brasileira conta com diversas jogadoras jovens. Das 12 atletas chamadas, 11 disputarão uma Copa América pela primeira vez em suas carreiras. A única que já participou de um Pré-mundial, no ano de 2009, em Cuiabá (MT), é a experiente armadora Adrianinha Moisés, de 34 anos, que chegou a anunciar sua aposentadoria da Seleção após as Olimpíadas de Londres-2012, mas voltou atrás. E justificou a sua decisão.
“Quero passar um pouco de experiência para elas, incentivar, dar autoconfiança. Elas que vão tocar o barco daqui para frente. Mas quero incentivá-las, pois é um momento de transição”, frisou a veterana, que também falou por telefone com a GE.net. “Queremos uma boa campanha, conseguir a vaga. Temos que continuar o trabalho, manter a evolução”, prosseguiu a armadora, que já ganhou um bronze olímpico (Sydney-2000) e ajudou o Brasil a se classificar a três edições das Olimpíadas, tendo participado dos Pré-olímpicos de Cuba-1999, México-2003 e Colômbia-2011.
Apesar de ser a única que participou de uma edição anterior da Copa América, Adrianinha não está sozinha entre as jogadoras que já passaram por uma situação de pressão. Patrícia 'Chuca', Nádia, Karla, Damiris e Clarissa participaram do Pré-olímpico da Colômbia, em 2011, que garantiu a vaga da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de Londres e, assim, já sabem como é ter uma grande responsabilidade nas mãos. Já Tatiane, Tainá, Patrícia Ribeiro, Joice, Fabiana e Débora estão em seu primeiro ano de Seleção principal.
À frente da equipe feminina de basquete do Brasil desde março deste ano, Luiz Augusto Zanon é o grande responsável por dar essa cara nova à equipe. Mesmo com pouco tempo de comando o treinador já avalia um claro desenvolvimento das atletas. Contudo, o foco do trabalho é a longo prazo.
“Acho que a grande parte positiva em pouco tempo de trabalho é que eu vi essas meninas novas melhorarem. Elas estão evoluindo, acreditando. E isso traz muito orgulho. Precisamos trabalhar muito para chegar ao nível internacional, a um nível bom”, confessou. “É um grupo que não tem o talento individual, o que conta é o grupo”, assegurou.
O Brasil faz parte da chave B, que conta também com Porto Rico, Argentina, México e República Dominicana. Já na chave A estão Canadá, Chile, Cuba, Jamaica e Venezuela. As duas melhores seleções de cada grupo avançam às semifinais, etapa que será disputada no sistema de cruzamento olímpico: 1º colocado do grupo A contra o 2º do grupo B e 1º colocado da chave B contra o 2º da chave A.
Os vencedores desses confrontos decidem o título, deixando os perdedores disputarem o bronze. Somente as três melhores seleções da Copa América asseguram vaga para a Copa do Mundo da Turquia de 2014.
“A grande força é o Canadá, que está com a mesma equipe dos Jogos Olímpicos e todos os outros evoluíram bastante. Argentina, Porto Rico, que nos derrotou no Pan-americano (Guadajara-2011), Cuba, e algumas grandes surpresas. Chile se mostrou muito melhor do que nas outras competições”, observou o técnico Zanon. “Depende também do momento das equipes dentro da competição, dos cruzamentos. Só passam dois (por grupo). O campeonato vai ser muito equilibrado”, previu.
Além dos times apontados por Zanon, a armadora Adrianinha faz um alerta para outra seleção com a qual o Brasil deve ficar atento. "Tem que respeitar o México também. Elas jogam em casa. Além disso, em algumas seleções, tem várias meninas que vão fazer college (basquete universitário) nos Estados Unidos e assim são muito preparadas”.
A Copa América será disputada em Xalapa entre os dias 21 e 28 de setembro. Depois de pegar Porto Rico na estreia, a Seleção Brasileira enfrenta, na primeira fase, a República Dominicana, no domingo (22), às 22h45 (de Brasília), a Argentina, na terça-feira (24), às 20h30, e o México, na quarta-feira (25), às 22h45.
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