Três filmes rondonianos estrearão no Black Rock City Festival de Cinema, que acontece no estado de Nevada, nos EUA, de 29 deste mês (agosto) a 6 de setembro. Com grande plateia, o evento terá com exibições de filmes, palestras e apresentações lideradas por criadores no Alt-Space Virtual Reality from Sun.
"Após o cancelamento da celebração do ano passado em Black Rock City, Nevada, a equipe por trás do Burning Man implementou algumas iniciativas para manter o fogo aceso. Lançou sua plataforma de eventos virtuais, Kindling, em maio de 2020, a que se seguiu o lançamento de seu Multiverse online em setembro..."
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Confira os filmes do Coletivo Madeirista, de Porto Velho, selecionados para essa edição:
RAPSÓDIA DO OCASO CONTÍNUO (09'.30")
Um breve pôr do sol na floresta filmado em plano contínuo, remixado. Uma metáfora para as queimadas causadas pelo constante desmatamento da Amazônia, a maior selva tropical do mundo. O som ambiente original é urbano, capturado com a câmera durante a filmagem a partir da cidade. Sua velocidade foi alterada, e o som dos carros e ônibus que passavam deu origem a outra paisagem sonora, remetendo aos sons da floresta e aos seus espíritos protetores, como a Matinta, cujo apito agudo anuncia sua presença. O plano contínuo acelera, diminui e repete esse ciclo em mudanças quase imperceptíveis ao olhar. Piados de pássaros, tratores, motosserras e o crepitar das chamas estão entrelaçados na narrativa melancólica final em seu retrato fiel.
Assista aqui: https://vimeo.com/210930734
TECNOMAGIC 1.0 (06'.40")
"Um registro artístico e documental aludindo à apropriação de ferramentas tecnológicas computacionais em rituais de xamanismo, abordando instrumentalidades ancestrais e tradicionais no mundo real e sua ressignificação atual, através de hackeamentos experimentais em busca de uma certa ciberespiritualidade'
Assista aqui: https://vimeo.com/121539064
ALEGORIA (03'.33")
Em suas visões xamânicas, o autor Carlos Castañeda menciona sensações visuais que remetem à formas ovóides relacionando-as à aparência espiritual subjacentes às figuras humanas em sua forma primordial. Nesse vídeo, através da música e de imagens captadas com uma câmera NIKON SLR e tratadas apenas com corte seco, aludimos a essa visão primordial, cujo ritmo expande-se para além da origem imagética (um desfile de escola de samba), recontextualizando essa dança tradicional brasileira numa proposta sonora experimental, cujo fluxo, possibilita outras leituras e apropriações. Uma alegoria ao desfile da vida.
Assista aqui: https://vimeo.com/49885515