Os interessados têm até 31 de agosto para cadastrarem seus textos na plataforma
Foto: Divulgação
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O Ministério da Cultura (MinC) está recebendo os textos que irão compor a edição 64 da Revista Filme Cultura. Com o tema Cinema Negro, a publicação vai debater políticas afirmativas do audiovisual. Os interessados têm até 31 de agosto para cadastrarem seus textos na plataforma http://mapas.cultura.gov.br/oportunidade/992.
Serão aceitos textos inéditos, inscritos por pessoas físicas, homens ou mulheres, que se apresentem como autores do material enviado. Não há limite para o número de textos a serem inscritos por cada pessoa. O texto inscrito pode ser derivado de um anterior, mas deve trazer novos dados ou abordagens. A revista também poderá receber textos de articulistas convidados a cada edição, de acordo com a temática definida, de forma colaborativa. As propostas inscritas, selecionadas ou não, passarão a fazer parte do cadastro do MinC para fins de pesquisa, documentação e mapeamento da produção cultural brasileira.
Os textos serão selecionados por uma Comissão Editorial composta por representantes da Secretaria do Audiovisual do MinC, podendo incluir ainda a participação de integrantes do Centro Técnico Audiovisual (CTAv) e da Cinemateca Brasileira – unidades técnicas da SAv. A comissão terá, no mínimo, três pessoas que atuem ou tenham conhecimento da temática proposta pela Filme Cultura. Os nomes que irão compor a Comissão e o Conselho serão publicados futuramente no Diário Oficial da União (DOU).
Entre os temas a serem abordados pela revista estão as tecnologias e suas implicações nas diversas etapas da cadeia produtiva do audiovisual e a relação entre o cinema nacional e o internacional, podendo abordar diversos aspectos da cultura. A publicação também vai contar com uma entrevista com personalidade do cinema ou especialista e uma crítica cinematográfica de um longa-metragem brasileiro.
Na avaliação do ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, a edição Cinema Negro da Revista Filme Cultura deve ampliar a visibilidade do trabalho produzido por cineastas negros no País. "É fundamental valorizar e dar protagonismo aos produtores e realizadores negros de cinema. Por esta razão, o MinC vem intensificando suas políticas afirmativas. Para aumentar a participação de negros, e indígenas também, incluímos cotas na maior parte dos editais de audiovisual lançados pelo Ministério, seja por meio da Secretaria de Audiovisual ou da Agência Nacional do Cinema (Ancine)", destacou.
Para o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), é muito importante que o cinema negro seja destacado nas grandes publicações do país. "A sociedade brasileira precisa entender o que tem sido produzido pela cultura afro, tanto no cinema nacional como no internacional, e precisamos de mais espaços como este para a divulgação dos grandes feitos de negros e negras que ainda continuam sem espaço na grande produção cinematográfica brasileira", afirmou.
Políticas afirmativas
Este ano, no maior pacote de editais já lançados pelo MinC, o programa #AudiovisualGeraFuturo incluiu cotas de gênero e raça em 10 dos 11 editais publicados. A adoção de cotas se deu a partir de estudo feito pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e divulgado em janeiro de 2018. A Ancine, utilizou como base os 142 longas-metragens brasileiros lançados comercialmente em salas de exibição no ano de 2016. De acordo com o estudo, 75,4% foram dirigidos por homens brancos e as mulheres brancas assinaram a direção de 19,7%. Apenas 2,1% foram dirigidos por homens negros. Nenhum foi dirigido ou roteirizado por mulheres negras.
O MinC sempre teve a preocupação de criar políticas afirmativas para cineastas negros, como é o caso dos editais Curta Afirmativo, lançados em 2012 e 2014, e Longa BO Afirmativo, de 2016. Ao todo, foram apoiadas 69 obras dirigidas ou produzidas por diretores e diretoras negros. O aporte de recursos para essas ações foi de quase R$ 10 milhões.
Revista Filme Cultura
Criada em 1966, a revista Filme Cultura foi editada até 1988 pelo Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE), posteriormente Instituto Nacional de Cinema (INC). Ao longo de sua existência, a revista se tornou um dos mais importantes espaços de divulgação, reflexão e debate sobre cinema brasileiro.
Depois de alguma interrupções, a revista voltou a ser editada em 2017 pela Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), em parceria com o Centro Técnico Audiovisual (CTAv) e a Cinemateca Brasileira. A revista voltou em novo formato, aprofundando a questão temática, realizando um edital de chamada de artigos e apostando em um portal que possa se tornar um centro de pesquisa sobre a publicação.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!