Às 21h45 desta sexta-feira (10) a marujada de guerra do boi Malhadinho rufou os tambores. Galera animada na arquibancada dançava a coreografia. Gritos de guerra e barulho de fogos ecoaram, iniciava a primeira noite da 18° Edição do Duelo na Fronteira.
Com um investimento de R$ 1,1 milhão, o governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Cultura, do Esporte e do Lazer (Secel) viabilizou a realização da segunda maior festa do boi bumbá da região Norte. “Foram garantidos R$ 400 mil para cada boi e R$ 300 mil em estrutura com iluminação, sonorização e decoração. É um investimento em um evento que gera empregos e fortalece nossa identidade nos aproximando das nossas raízes”, explicou o secretário da pasta, Francisco Leilson “Chicão”.
Emoção
Natural de Guajará-Mirim, Glio Pedrish que se auto-denomina pertencente a galera do azul e branco, disse que seu boi, o primeiro a se apresentar no Duelo com o tema “Nos Trilhos da Emoção”, em alusão aos 100 anos da Estrada de Ferro Madeira Mamoré vinha para ganhar. Ele conta que acompanhou o desenvolvimento do Malhadinho e ver que o festival tomou proporções internacionais é muito gratificante e conclui desejando que os dois bois se apresentem bem e que ninguém venha a se machucar proporcionando um grande show, o que é mais importante de acordo com o expectador.
Do lado vermelho e branco, Dona Cleide Costa, aposentada, também natural de Guajará, conta que desde moça acompanha o festival e se admira pela proporção tomada, pela hoje tradicional festa, que atrai um público estimado de 15 mil pessoas, oriundas de toda a parte do Brasil. “A festa é muito aguardada e vem surpreendendo a cada edição. O governo compreendeu o valor e a importância deste evento para nós e com o seu apoio a festa tem tomado ar profissional”.
Auxílio
“Nós tivemos muita dificuldade nesta edição, pois foi pouco o dinheiro, o que acabou gerando mais união e determinação dos envolvidos. Lutamos muito, fizemos dívidas e temos muita fé de que iremos levar o título deste ano”, afirma Dona Ivete Marussakis, vice-presidente do Boi Flor do Campo. “O governo subsidiou R$ 400 mil para cada boi, algo inédito por que nenhum governo havia feito isto que o Confúcio fez pelo Duelo na Fronteira antes. Eu acredito no governador e irei continuar acreditando assim como as 30 mil pessoas beneficiadas com empregos diretos e indiretos que participam deste festival”, conclui.
O fundador do boi Malhadinho, Leonilson Souza, o Léo, conta que infelizmente os organizadores não dispunham de crédito, o que dificultou o trabalho, mas apesar disto, conseguiram colocar o boi na arena. “Com muita luta, com muito suor, já somos campeões por poder botar o Malhadinho no bumbódromo”, desabafou após a apresentação de sua cria, finalizando a primeira noite de magia e encanto proporcionada pela apresentação.