Portal Terra destaca ex-presidiários e apenados na peça “Bizarrus”

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Foto: Divulgação

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Willis Costa, 30 anos, Wanderley Borges, 40 anos, Ronaldo Farias, 40 anos, e Rogério Araújo, 37 anos. Pessoas comuns, com histórias de vida diferentes, mas que acabaram se cruzando de onde a sociedade prefere ter distância: o presídio. O que os diferencia dos demais detentos e ex-presidiários de Porto Velho (RO) é a perseverança, a vontade de dar a volta por cima, e, principalmente, o Grupo Teatral Bizarrus. Suas histórias se uniram com as de mais 12 ex-presidiários e dois apenados que mostraram na noite de sábado como o teatro pode ser um valioso instrumento de reinserção social dentro do sistema prisional. Assistido por mais de 50 mil espectadores, o espetáculo Bizarrus ficou em cartaz por mais de 5 anos, retornando aos palcos em uma apresentação impecável e de altíssimo nível para convidados. Bizarrus é uma experiência pioneira no sistema penitenciário rondoniense, encabeçada pelo então diretor da peça Marcelo Felice, que em 1998 enxergou na Penitenciária Ênio dos Santos Pinheiro, em Porto Velho, a possibilidade de iniciar um trabalho a partir das oficinas de teatro que ministrava há cerca de sete meses na unidade. Felice se define como "um buscador de sonhos" ao falar da longa trajetória de etapas conquistadas neste trabalho junto aos presos. "Percebi nos primeiros meses o tanto de preconceito e desconfiança que existia. Assim, na medida em que fui conquistando o espaço, pedi que contassem suas histórias cronologicamente. Com esse arsenal, pude montar o roteiro que hoje é o Bizarrus", declarou. "Bizarrus tem dupla conotação: é algo clássico, nobre, de estilo. É também definido como excêntrico, louco e pouco comum. Na peça mostramos esses dois lados da história de cada um, com ritmo, magia, poesia e cenas fortes. Isso é Bizarrus!", afirmou o diretor. Histórias que se unem Willis Costa ficou preso por três anos e dois meses por tráfico de drogas e afirma que a experiência no teatro ajudou muito. "Estou fora da prisão há sete anos, mas, se não fosse o Bizarrus, com certeza eu estava de volta à cadeia. Foi um verdadeiro aprendizado", disse ele. "No início participava desse trabalho somente pela liberdade de sair da cela. Mas a gente acabou se envolvendo, o teatro vicia, é uma espécie de droga. Lembro que outros presos ficavam satirizando e dizendo lá vai a turma de bailarinas do careca, se referindo ao diretor da peça", contou. Wanderley Borges está desde 1997 preso em regime fechado por conta de uma assalto a mão armada seguido de morte. Seu sonho é conhecer o filho que hoje tem 18 anos e mora em Cuiabá. "Antes do Bizarrus eu achava que pra mim tudo tinha acabado. A pena era alta e pensei que já tinha perdido meus valores. Com esse trabalho descobri que minha vida não tinha acabado e comecei a resgatar meus valores", relatou. Ex-policial militar, preso na época por tráfico e condenado a oito anos, Ronaldo Farias hoje é diretor financeiro de uma cooperativa que produz artesanatos. "Antes do Bizarrus eu era um cara meio perdido, sem rumo nem perspectivas, totalmente desorientado", disse. "Quando conheci o projeto, vi nas pessoas que estavam envolvidas um brilho no olhar. Foi quando percebi que podia entrar no grupo e mudar minha vida. A partir daí defini um objetivo: quero ganhar um real, mas honestamente", declarou Farias. "Meu primeiro objetivo era sair da cela e, segundo, uma possível fuga", contou Rogério Araújo, lembrando o que pensava quando começou no teatro, tendo ainda 15 anos para cumprir por tráfico de drogas. Ele disse que foi o primeiro a "peitar" Felice ao dizer que o projeto não funcionava e que não acreditava nele. "Depois que comecei esse trabalho tive várias conquistas. Uma das principais foi o trabalho terapêutico que o Bizarrus nos ofereceu. Após isso, fiz vários cursos sobre terapias alternativas", contou Araújo.
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