O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (26) que imprimiu a “minuta de golpe” para “saber o que era”.
“Você pega a minuta do golpe encontrada na casa do Anderson. Tem um primeiro parágrafo, meia dúzia de linhas, que fala que seria uma intervenção via estado de defesa no TSE. O resto, as outra duas páginas, cópias da constituição”, afirmou Bolsonaro em entrevista coletiva.
“Chamar aquilo de minuta de golpe? E outra, essa tal da minuta do golpe foi tratado ontem pelos advogados, já estava há quase um ano circulando pela internet. E logo depois, quando fizeram a terceira busca e apreensão, a imprensa anunciou: encontraram a minuta de golpe… Sim, porque eu havia requerido, meu advogado havia requerido, mandou pra mim, eu imprimi. Eu queria saber o que era isso“, prosseguiu.
Durante o dia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do processo criminal que envolve o ex-presidente e outras 33 pessoas por uma suposta tentativa de golpe de estado, disse não haver “nenhuma dúvida” de que Bolsonaro tinha conhecimento da minuta.
Durante alegações da defesa na terça-feira (25), o advogado Eumar Novacki, que assume a defesa de Anderson Torres, afirmou que a minuta é “apócrifa” e que “não tinha valor”.
Torres é ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro e era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal em 2023, quando ocorreram os atos de 8 de janeiro.
A Polícia Federal (PF) achou, na sua casa, um documento que supostamente seria uma “minuta” do plano para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e instituir um golpe de Estado no Brasil após as eleições gerais de 2022.
O documento mencionava decretar Estado de Sítio e a Operação de Garantia da Lei e da Ordem.
O advogado também declarou que os atos de 8 de janeiro foram uma “mancha na história do Brasil” e pediu que o STF “haja com isenção, sem que ideologia contamine as decisões”.
Junto ao ex-presidente e outras 6 pessoas, Anderson Torres se torneou réu por decisão da Primeira Turma do Supremo.