Avião que saiu de Paris em direção ao Egito cai no mediterrâneo
Foto: Divulgação
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Um Airbus A320 da companhia EgyptAir desapareceu na madrugada desta quinta-feira (19) enquanto sobrevoava o leste do mar Mediterrâneo com 56 passageiros e dez tripulantes que saíram de Paris a caminho do Cairo.
O presidente da França, François Hollande, informou na manhã desta quinta (19) que a aeronave caiu, e que nenhuma hipótese está sendo descartada na investigação do acidente, incluindo a possibilidade de um atentado terrorista. Foi a primeira vez que se falou oficialmente em acidente aéreo desde que a aeronave desapareceu.
"Neste momento, precisamos dar prioridade à solidariedade às famílias" das vítimas, disse Hollande, no palácio Eliseu, em Paris.
A procuradoria da França informou que abriu uma investigação sobre o caso.
Segundo o site FlightRadar24, a aeronave, que fazia o voo MS804, parou de enviar sinais ao radar quando estava a 37 mil pés (11.277 metros), por volta das 2h45 locais (21h45 de quarta em Brasília).
Segundo o ministro da Defesa da Grécia, o avião fez "guinadas repentinas" e mergulhou no ar antes de desaparecer dos radares sobre o sul do Mediterrâneo.
"Às 3h39 da manhã o curso da aeronave era sul e sudeste de Kassos e Karpathos (ilhas)... imediatamente depois entrou no espaço aéreo do Cairo e fez guinadas e desceu como descrevo: 90 graus para a esquerda e 360 graus para a direita", disse o ministro Panos Kammenos em entrevista coletiva.
A Grécia montou uma operação de busca na área ao sul da ilha de Karpathos, mas ainda não obteve resultados, segundo o ministro.
Em entrevista à rede de televisão CNN, o porta-voz da empresa, Ahmed Abdel, disse que os pilotos não fizeram um chamado de emergência e que a aeronave não registrou problemas no trajeto anterior, entre Cairo e Paris.
Ele identificou as 66 pessoas a bordo como 56 passageiros –incluindo uma criança e dois bebês–, três agentes de segurança, cinco comissários de bordo e os dois pilotos. Inicialmente, a companhia havia informado que a aeronave levava 69 pessoas a bordo.
De acordo com a companhia aérea, no aparelho viajavam 30 passageiros egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um canadense, um belga, um português, um argelino, um sudanês, um chadiano, um saudita e um kuwaitiano.
Segundo Abdel, o capitão da aeronave, que não foi identificado, tem mais de 6.000 horas de voo, incluindo 2.000 em Aribus A320. O avião, afirma ele, não levava oficialmente cargas perigosas em seu bagageiro.
O ministério da Aviação Civil egípcio confirmou que equipes de buscas foram enviadas à região onde houve o último contato com a aeronave. O governo da Grécia enviou uma fragata da Marinha, um avião C-130 e um avião militar EMB-145 para auxiliar nas buscas.
O presidente francês, Francois Hollande, conversou nesta quinta com seu homólogo egípcio, Abdel Fatah al-Sissi, para acertar uma cooperação para investigar as circunstâncias do desaparecimento do voo MS804. "Nenhuma hipótese é descartada", declarou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
No entanto, há o temor de que o sumiço seja o resultado de uma ação terrorista, como a queda de um Airbus A321 de uma companhia russa que deixou o aeroporto de Sharm al-Sheikh rumo a São Petersburgo.
O avião caiu em 31 de outubro passado na Península do Sinai, no Egito, com 224 pessoas a bordo. Segundo o governo russo, a aeronave caiu devido a uma bomba colocada por um dos funcionários do aeroporto egípcio.
A ação foi reivindicada pela filial local da milícia terrorista Estado Islâmico, contra quem os russos combatem na Síria. As autoridades egípcias, porém,negam esta versão.
Espera-se, assim, um golpe ainda mais forte na indústria turística egípcia, já em frangalhos. O país tem lidado com a ausência de visitantes, e seus monumentos têm sido pouco visitados.
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