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Cena do vídeo que mostra maus-tratos a crianças.
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A Diretoria Regional de Educação do Ipiranga, ligada à Secretaria Municipal de Educação, vai vistoriar hoje a creche Trenzinho Feliz, na Saúde, bairro de classe média da zona sul de São Paulo. Ontem, a diretora da instituição foi indiciada por maus-tratos a crianças.
Segundo a Secretaria de Educação, a creche pode sofrer processo de descredenciamento de acordo com a situação encontrada pelos fiscais. O horário da inspeção não foi informado.
As diretorias regionais são responsáveis por autorizar o funcionamento, verificar instalações, formar profissionais e analisar o projeto pedagógico das escolas.
Conceição Tomaz Cruz, 52, diretora e dona da Trenzinho Feliz, foi indiciada após funcionárias do local filmarem, com uma câmera escondida, agressões sofridas por alunos.
Nas imagens divulgadas, a mulher grita e dá um tapa no rosto de uma menina de dois anos que não queria comer. Ela aparece, de acordo com a polícia, também empurrando um garoto de apenas um ano e oito meses.
"Uma vez um menino vomitou e ela [Conceição] o fez comer tudo", afirma uma professora que fez a filmagem e denunciou o caso à polícia. Ela pediu para não ter o seu nome publicado.
Segundo a delegada Lisandrea Colabuono, da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher, a professora e uma auxiliar falaram sobre as agressões com o pai de um aluno da escola, que disponibilizou uma microcâmera acoplada a um chaveiro para que as duas pudessem registrar imagens das agressões.
Cruz não foi presa pois a lei determina que ela responda em liberdade, segundo a delegada. A investigação está ouvindo depoimentos de outros pais.
A Trenzinho Feliz tem cerca de 50 alunos de quatro meses a seis anos.
OUTRO LADO
O advogado Reudens Leda Barros Ferras disse que não iria se pronunciar para "preservar sua cliente", Conceição Tomaz Cruz.
Ela, de acordo com a Polícia Civil, é quem aparece nas imagens gravadas por uma professora agredindo crianças na escola Trenzinho Feliz. Conceição é dona do estabelecimento.
A reportagem procurou o advogado Antônio Sidnei Ramos de Brito, que também defende Conceição, mas não obteve nenhuma resposta até a conclusão desta edição.