BRASIL - Exportações de couros registraram US$ 143,91 milhões em julho; Rondônia é destaque na produção

As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1,02 bilhão nos sete primeiros meses de 2010, contabilizando aumento de 74% em relação ao acumulado do ano passado, embora a receita em julho, de US$ 143,91 milhões, tenha sido 13% inferior ao mês anterior.

BRASIL - Exportações de couros registraram US$ 143,91 milhões em julho; Rondônia é destaque na produção

Foto: Divulgação

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As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1,02 bilhão nos sete primeiros meses de 2010, contabilizando aumento de 74% em relação ao acumulado do ano passado, embora a receita em julho, de US$ 143,91 milhões, tenha sido 13% inferior ao mês anterior. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior.
 
“Mesmo com o crescimento no período, os embarques até julho foram 16% abaixo do registrado em 2008, resultado da lenta recuperação dos principais mercados compradores do produto nacional”, afirma o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich. Em sua opinião, a receita aponta para uma perspectiva de exportação ao redor de US$ 1,7 bilhão, além de um segundo semestre com maior grau de dificuldade para as empresas.
 
O executivo observa que este valor representa um aumento de quase 50% ante as vendas externas de 2009, mas muito aquém do patamar das exportações em 2007, o ano pré-crise, quando atingiram o montante US$ 2,2 bilhões.
 
Além do complexo panorama internacional, Goerlich salienta que a competitividade brasileira também é seriamente atingida por fatores internos como a sobrevalorização do real em relação ao dólar, a excessiva carga tributária, os juros altos, a falta de crédito, a excessiva burocracia, além dos gargalos logísticos e de transporte.
 
Segundo o presidente da entidade, a indústria brasileira, uma das maiores exportadoras mundiais de couros, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados e aumentando a oferta de produtos mais sofisticados, de maior valor agregado. Simultaneamente, o segmento curtidor vem reforçando ações para destacar o couro nacional no exterior, a exemplo da bem-sucedida campanha “Brazilian Leather”.
 
O programa, conduzido pelo CICB em parceria com a Apex-Brasil, agência vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, renovado em julho, tornou-se uma referência no setor e seus resultados positivos já influenciam expressivamente a imagem do nosso couro e as vendas externas, afirma Wolfgang Goerlich.
 
China, Itália, Hong Kong e Estados Unidos são os principais destinos do couro nacional; Brasil também aumenta exportações para Hungria, Uruguai, Cingapura, Grécia, El Salvador e Croácia
 
De janeiro a julho de 2010, os principais mercados do couro brasileiro foram a China, com US$ 229,27 milhões (22,4% de participação e aumento de 67%), país que assumiu o primeiro lugar de destino do produto nacional; Itália, com US$ 226,83 milhões (22,16% de participação e crescimento de 70% ante o período anterior), Hong Kong (US$ 122,45 milhões, 11,96% de participação e elevação 54%), e Estados Unidos, US$ 107,1 milhões (10,46% e salto de 126%).
 
No acumulado do ano, Vietnã (US$ 30,1 milhões), Alemanha (US$ 29,68 milhões), México (US$ 23,98 milhões), Indonésia (US$ 23,5 milhões), Coréia do Sul (US$ 21 milhões), Holanda (US$ 20 milhões), e Tailândia (US$ 17,73 milhões) foram outros importantes destinos das exportações brasileiras.
 
Entre outros países que aumentaram as aquisições do couro nacional no período, destacam-se: Hungria que aumentou 205%, importando US$ 10,32 milhões; Uruguai (41,84 vezes, US$ 7,44 milhões) e Cingapura (11,38 vezes, US$ 7,1 milhões). Outros dois países também importaram mais peças do Brasil: Grécia, que comprou 11,76% a mais, US$ 331,4 mil; e Croácia (11,17 vezes, US$ 109,5 mil).
 
No ranking dos estados exportadores nos sete meses de 2010; Pará, Santa Catarina, Rondônia e Sergipe aumentam embarques de couros
 
O balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos sete meses do ano ante o mesmo período de 2009 reafirma a liderança de São Paulo como maior exportador nacional (US$ 306,17 milhões, participação de 29,91% e aumento de 116%), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 258,35 milhões, participação de 25,24% e crescimento de 60%), Ceará (US$ 100,6 milhões, 9,83% e crescimento de 63%), Paraná (US$ 92,82 milhões, 9% e aumento de 90%).
 
Os demais estados são Bahia (US$ 62,97 milhões), Mato Grosso (US$ 62,77 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 37,43 milhões), Goiás (US$ 33,80 milhões), Pará (US$ 20,56 milhões) e Minas Gerais (US$ 17,62 milhões). Cabe ressaltar o crescimento significativo no período das exportações do Pará (301%), Santa Catarina (86%, US$ 13,75 milhões), Rondônia (85%, US$ 9,6 milhões) e Sergipe, que aumentou 14.6 vezes, saltando de US$ 54,77 mil para US$ 800 mil.
 
O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) é uma entidade federativa que representa, há 53 anos, cerca de 800 empresas de produção e processamento de couro. O complexo industrial emprega cerca de 50 mil pessoas, movimenta um PIB estimado em US$ 3,5 bilhões, exportou US$ 1,16 bi em 2009, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Já a cadeia produtiva do couro que abrange os setores de curtumes, calçados, componentes, máquinas e equipamentos para calçados e couros, artefatos e artigos de viagem em couro, reúne 10 mil indústrias, gera mais de 500 mil empregos e movimenta receita superior a US$ 21 bilhões de dólares por ano.
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