O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), disse que vai manter a votação nesta terça-feira da proposta que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.
O petista admitiu, porém, que a base aliada poderá usar instrumentos previstos no regimento da Casa para adiar a votação --embora não esteja disposto a apoiar a manobra da governo. "Eu manteria a matéria em plenário para ser votada. Se houver um recurso regimental de impedir a votação, por redução de quórum, este será um recurso previsto no regimento e não aceitação minha."
Viana disse que os partidos haviam firmado acordo para votar na tarde de hoje a CPMF. Por isso, defendeu a manutenção da discussão da proposta. "A Casa precisa de estabilidade, precisa ter muita firmeza naquilo que é pactuado entre as partes."
O senador disse que a Casa viverá um "longo dia" até que as negociações para a votação da CPMF sejam concluídas. Viana mais uma vez saiu em defesa da prorrogação do "imposto do cheque" e disse que "não parece normal" que o governo não consiga manter o tributo.
"Se a CPMF não for prorrogada, quem vai perder é a população, a estrutura de saúde do país. Eu acho que a discussão do fim de qualquer imposto é aceitável neste país, menos o da CPMF neste momento."
MANOBRA
Sem os 49 votos necessários para aprovar a prorrogação da CPMF, os governistas pretendem esvaziar o plenário da Casa na tarde de hoje para impedir a votação do "imposto do cheque" por falta de quórum.
A idéia dos governistas é deixar a votação para amanhã, já que o Palácio do Planalto teria mais um dia de negociações em busca de votos.
O prazo também seria suficiente para que os senadores Roseana Sarney (PMDB-MA) e Flávio Arns (PT-PR) retornem ao Senado após afastamento por motivos de saúde.
O governo não quer abrir mão dos dois votos favoráveis à CPMF porque admite que, se conseguir aprovar a prorrogação do "imposto do cheque", será por um placar apertado --com, no máximo, 50 votos favoráveis.
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