*O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), prometeu divulgar em 15 dias os nomes dos oficiais das Forças Armadas de países vizinhos do Brasil suspeitos de envolvimento com o tráfico de armamentos. Segundo Moroni, a CPI identificou alguns lugares onde as transações seriam feitas.
*O parlamentar participou hoje da primeira reunião da comissão internacional formada por diplomatas e militares de cinco países - Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Suriname - para analisar o assunto. A reunião ocorreu no Itamaraty. Outros encontros devem se repetir a cada 15 dias para troca de informações.
*Os representantes dos outros países prometeram colaborar com as investigações.
* “Supermercado” de armas
*Moroni Torgan ressaltou a importância da colaboração. "Hoje, a fronteira é um supermercado de armas, e de armas típicas de guerra. Nós já estamos falando de metralhadora com tripé, de lança-foguetes, de lança-granadas. Quer dizer, são armas extremamente nocivas à nossa sociedade, usadas pelo crime organizado", afirmou.
*De acordo com ele, um lança-granadas - armamento de alto impacto explosivo - é comprado por R$ 200 na fronteira. "Qualquer organização criminosa do Brasil pode ter um armamento de alto poder ofensivo."
Travessia
*O presidente da CPI disse que alguns trechos da fronteira são liberados, como a ponte na fronteira com a Argentina. "Pela ponte, passam vários sacoleiros. Muitas vezes, trazem munição, mina e granada, colocando em risco a vida dos outros", continuou o parlamentar.
Ele disse ainda que, na fronteira seca, os traficantes entram 100 quilômetros para dentro do País. Depois, levam o material para os grandes centros em pequenos aviões. Os traficantes de drogas, destacou Moroni Trogan, são os principais compradores das armas ilegais.